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domingo, 5 de julho de 2009

Treinamento - Meu professor de Inglês

Ontem morreu meu professor de Inglês!!! Falei para a minha filha logo cedo no dia 26 de Junho de 2009 enquanto a levava para a escola onde cursa o ensino médio. Esta postagem que você está lendo agora pode até parecer exagerada, mas é real e está diretamente relacionada a treinamento, crescimento e vontade de sair da zona de conforto na busca de novas oportunidades.
Se atualmente as escolas públicas não possuem em seu currículum a Língua Inglesa como uma ferramenta de formação, imaginemos no início da década de 80. Naquela época mesmo os mais abastados sequer tinham tanta variedade de cursos de língua como temos hoje. Com as escolas públicas e particulares sem uma dedicação ao ensino de língua estrangeira e com poucos e caros cursos para esta formação, qual seria a saída? Professores particulares custavam uma fortuna e poucos tinham acesso a eles. A saída foi arrumar um professor ou professora que ia à minha casa quando eu estava lá e ainda ficava à minha disposição quando eu estava de folga! Não me chateava com exercícios que eu não conseguia resolver de primeira e tampouco mandava bilhetinhos para a minha mãe dizendo o que fiz ou o que deixei de fazer. Eu achei este professor quando senti a necessidade de aprender Inglês como um diferencial para conquistar as namoradinhas da época e isso eu devo a um amigo meu que estudava num daqueles poucos e caros cursos de Inglês que existiam na cidade.

Certo dia ele me falou que chamava a atenção das garotas o fato dele falar Inglês e olha que ele era um daqueles amigos bonitões que tem em toda turma de amigos. Eu que era “simpático”, com uma orelha mais aberta e a outra certinha e outros “adjetivos” que não me levariam a arrumar uma garota sequer; decidi que aprenderia Inglês na tentativa de melhorar o meu resultado diante de minha turma de amigos.

No início dos anos 80 um jovem negro de voz aveludada e corpo longilíneo lançou um álbum que vinha com as letras das músicas em seu encarte. Bingo! Essa é a minha chance, pensei. Corri na loja de discos e comprei o Long Play (ou LP) dele. No mesmo dia comecei a ouvir as músicas e acompanhar as letras do encarte e isso virou uma rotina: todo o tempo disponível eu me dedicava a ouvir e tentar cantar as músicas daquele LP. Era por demais agradável ouvir aquele disco e em alguns casos tentar fazer os passos que aquele cantor criava. Bastava ligar a TV que lá estava ele cantando e dançando o tempo todo, era levantar e mudar de canal (na época poucas TVs tinham controle remoto) para assistir um videoclipe daquele astro pop.

Tudo estava indo bem mas apesar de cantar as músicas “igualzinho” ao cantor, muitas palavras não eram compreendidas e a música agradável não fazia o menor sentido. Bingo! Caiu em minhas mãos o famoso dicionário Inglês-Português/Português-Inglês que tanto me ajudou a compreender melhor o que cada frase daquele LP queria dizer. Passei então a adotar um critério que me ajudou nesta formação: eu ouvia uma música por duas vezes, lia a letra desta música como se estivesse lendo um texto qualquer, buscava as palavras que não conhecia para saber o seu significado e a pronúncia “quase certa” e por último botava para tocar de novo e cantava junto. Era o máximo! Meus pais cuja formação escolar não passava da quarta série primária, ficavam admirados da minha capacidade de aprender uma língua estrangeira sem professor. Na escola técnica eu quase cheguei a ser dispensado das provas de Inglês porque tirava 10 em todas. Era tudo muito legal e as meninas começaram a me pedir para traduzir letras de músicas de outros cantores e cantoras da época e isso me aproximava muito delas. Os amigos da turma ficavam me olhando com um ar de inveja e descontentamento e eu começava a perceber a vantagem de ter treinado muito para poder fazer aquilo da forma correta e no momento que era preciso.

O meu método de estudo, minha dedicação e treinamento me proporcionaram tempos mais tarde fazer uma prova de Inglês e entrar num nível muito acima do que a grande maioria dos meus colegas conseguiu, lembro bem que fui chamado para uma segunda avaliação no cursinho porque a minha nota me posicionava no livro 8 de uma série de 12 livros. Voltei para casa feliz da vida e cantando as músicas do meu professor. Durante muitos anos passei esta “metodologia” de treinamento para algumas pessoas que conheci e que tinham vontade de aprender uma língua estrangeira não sei se por falta de um professor ou se pela facilidade de ter tantos hoje em dia, alguns destes amigos começaram e pararam seus treinamentos e buscaram os cursinhos.
Na época eu não parei...
Ah... e não faltaram garotas para eu namorar e traduzir as letras de música para elas.


Thank you, Michael Joseph Jackson, I hope you rest in peace!

1 comentários:

Verônica Feijó disse... [Responder este comentário]

FIQUEI MUITO FELIZ E JA SALVEI EM FAVORITOS O SEU BLOG.VC FALA DE FORMA AGRADAVEL,SENTI VONTADE DE CONTINUAR LENDO SEUS ARTIGOS.O DA PRETINHA ESTA MUITO BOM,POREM ESTE....VOU TENTAR SEGUI-LO,POIS JA FUI ATE P CURSO DE INGLES E NAO ME ADAPTEI.TENTAREI ESTE METODO E ESPERO PODER POSTAR DE NOVO,AGRADECENDO A MELHOR AULA DE INGLES Q RECEBI.
MUITO OBRIGADA E PARABENS.