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domingo, 25 de abril de 2010

Economize seu tempo e seja feliz!



Tempo é o que não falta pra ninguém, o que falta é um pouco de organização em todos nós. São 24 horas divididas em minutos e segundos para que ninguém diga que não sabe o quanto já perdeu ou deixou para trás, porém ele é implacável, impagável, intransferível e invendível (como diria um ex-Ministro de um ex-Presidente que soltava suas “pérolas” durante as entrevistas).

Quer fazer uma experiência simples e bem interessante? Quando você acionar o seu microondas para aquecer a água para um chá ou para estourar pipocas execute algumas pequenas tarefas enquanto ele trabalha sozinho. Viu! Você verá que dá para fazer algumas delas tranquilamente e ele vai te avisar, com aquele apito chato, quando tiver completado a parte dele. Eu coloco 1 minuto para aquecer a água para um chá e subo as escadas para acordar a criançada para a escola (pela terceira vez, é claro!). Então vamos lá:

Implacável porque não te dá uma nova chance de conquistá-lo ou reavê-lo e caso você consiga de alguma forma recuperar um pouco do tempo perdido, pode ter certeza que vai te exigir algum gasto em dinheiro. Se a sua produção está atrasada e você precisa acelerá-la vai pagar horas extras, vai comprar uma máquina mais rápida ou vai pagar para outra empresa fazer em seu lugar de forma a cumprir o cronograma acertado. Tudo isso é custo ou não é?

Impagável no sentido que não está disponível diretamente para ser negociado. Não me recordo de ter visto um anúncio sequer parecido com:

Vendo 2 horas do meu dia.
Tel.: 1234-5678.
Falar com Fulano de Tal.

Confesso que seria uma grande jogada de Propaganda para conseguir emprego ou chamar a atenção.

Intransferível pois não há como fazer com que o tempo quer sobra para uma pessoa passe para outra, ou seja, um cidadão ficar com 26 horas e outro com apenas 22. Isso não dá para fazer mesmo!

 
"Invendível" também porque quando negociamos o uso de outra mão de obra, na realidade não estamos comprando tempo mas serviço. O método pode até ser baseado em horas porém estamos comprando a execução de uma tarefa por um determinado período e esta tarefa pode ou não ser completada neste tempo.

Um bom referencial sobre este tema é o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” de Stephen Covey onde no seu capítulo 3 apresenta a Matriz de Gerenciamento do Tempo com seus quatro quadrantes e todo o seu desenvolvimento e aplicação. Um livro muito importante para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.



UI – Urgente e Importante: São as necessidades da crise, regidas pela pressão. É o quadrante do Inevitável. Os resultados de trabalhos neste quadrante são estresse, esgotamento e sensação de apagar incêndios.

NUI – Não Urgente e Importante: É o quadrante da Qualidade, ligado ao planejamento, desenvolvimento e identificação de oportunidades. Tem como resultados o equilíbrio, visão e perspectiva.

UNI – Urgente e Não Importante: Composto por interrupções, telefonemas, correspondências e demais atividades triviais. Resulta em foco no curto prazo e é conhecido como quadrante da Decepção.

NUNI – Não Urgente e Não Importante: Geralmente são tarefas agradáveis, mas que não trazem benefícios verdadeiros, como navegar pela internet, fofoca e alguns emails. Costuma demonstrar irresponsabilidade e resultar em baixo rendimento e até demissões. Chamado de quadrante do Desperdício.

O tempo é democrático e igualitário, sendo sempre a mesma quantidade para todos os seres vivos. Nem um segundo sequer a mais ou a menos para um indiano ou australiano. Para aprendermos a economizar esta jóia tão preciosa que temos existem algumas dicas bem simples e fáceis de aplicar:

Agenda de tarefas e calendário: todos os dispositivos eletrônicos carregam algumas ferramentas disponíveis em seus serviços já embutidos e uma delas é a agenda de tarefas e o calendário. Até mesmo o mais simples celular possui o que não te dá chance para desculpas. Apreenda a colocar neles os seus compromissos da semana, do mês e futuros. Esta atitude vai gerar em você um senso de organização muito interessante que vai te levar, em alguns casos, a declinar de um compromisso devido a outro já marcado. Esse fato não ocorreria caso você não tivesse consultado sua agenda, certo? E aí, neste caso, você teria que espremer o seu dia caso quisesse atender aos dois compromissos. Atualmente existem milhares de programas de transferência e sincronização de agendas e calendários para que você mantenha os mesmos dados em casa, na rua e no trabalho. Alem de servirem de back up quando você perde ou troca de dispositivo. Ah... incluo nesta parte os alarmes que estes dispositivos possuem. São tão úteis quanto à agenda de tarefas e o calendário.

Trabalho em excesso: às vezes é necessário que se trabalhe um pouco além do horário normal, o que não está errado, porém mesmo em situações como estas, se permita sair no horário normal mesmo no meio da crise para que o seu cérebro entenda e re-aprenda que este é o seu horário habitual. É muito comum ver executivos caírem na rotina de ficar no escritório seguidamente devido ao fato de uma necessidade passageira se tornar um hábito, neste caso, muito ruim. Caso a necessidade seja um pouco prolongada, tente chegar mais cedo e sair no horário normal. Faça uma ginástica neste dia para que o cansaço te permita uma noite de sono e não leve tarefa para casa. Divirta-se mesmo que em um dia que não é seja muito comum. Faça algo fora da rotina!

Aprenda a delegar e a dizer NÃO: duas tarefas muito difíceis para os exigentes e perfeccionistas mas... aprenda a não cair na tentação. Libere as tarefas gradativamente para aqueles que podem te ajudar a completá-las. Não tenha medo caso contrário você vai ficar cada vez mais no fundo do poço e lembre-se que ninguém executa uma tarefa da mesma forma que outra pessoa. Esta regra é bilateral, ou seja, você também não executará uma tarefa igual ao seu solicitante, é claro que quanto maior a similaridade é muito melhor. Já dizer NÃO pode ser muito fácil para aqueles que não carregam o espírito de colaborador em si, porém é uma tarefa dificílima para aqueles que normalmente são voluntários ou buscam colaborar com os outros. Se você quiser ter o SEU tempo melhor aproveitado então aprenda a dizer NÃO para aquelas pessoas ou tarefas que não caibam no seu “prato”, caso contrário você é que ficará sobrecarregado. Seja sincero e educado não hora de dizer NÃO mas diga se achar necessário.

E-mails: Hoje vivemos e sobrevivemos à base da comunicação e, se por um lado nos ajuda, por outro devemos nos policiar para que estas ações não ocupem todo o nosso tempo. Responder às mensagens eletrônicas é uma destas tarefas. Se optar por acessar a sua caixa de mensagens então responda de imediato sempre que souber a resposta, não deixe que o prazo estipulado pelo solicitante seja o seu limitador. Responda logo! Elimine aquelas mensagens que não têm utilidade, apague-as de uma vez caso contrário você se sentirá na obrigação de lê-las. Nesta área eu destaco: convites para feiras e cursos em locais muito distantes, prazos expirados, assuntos que não têm a ver com o seu interesse e as correntes de mensagens. Na hora de responder veja se é realmente necessário copiar toda a lista, é muito comum essa prática e só leva a encher a caixa postal dos outros (ou a sua quando você é o recebedor). Passe esta orientação aos seus colaboradores, ela vai te aliviar bastante e fazer com que seu tempo de leitura de mensagens seja reduzido. É muito comum fornecedores e clientes solicitarem dados para toda a lista de emails da sua empresa, neste caso, retorne

Telefone: faça um bom trabalho na sua empresa para que saibam filtrar as ligações telefônicas e passá-las para a pessoa adequada. Tal e qual os emails, atualmente é fácil conseguir o número de telefone de quase todo mundo e por esta razão cairá no seu ramal várias ligações de todo tipo de propaganda, oferta de serviços, busca por informações e outras mais. Seja objetivo e quando a ligação não for para você, informe ao interlocutor, com clareza, o ramal da pessoa com a qual ele queria falar para que numa próxima oportunidade ele não ligue novamente no seu ramal. Isso certamente já aconteceu com você, ou não?

Interrupções e imprevistos: as interrupções devem ser evitadas e analisadas quando acontecerem. Lembre-se que alguns minutos de orientação hoje podem te poupar muito tempo amanhã. Muitas interrupções acontecem simplesmente porque o interlocutor não quer fazer uma busca mais detalhada ou tem preguiça mental evitando o esforço da busca e transfere a responsabilidade para você sempre. Uma vez ou outra tudo bem mas SEMPRE é que causa problema. Importante: nem de longe estou falando sobre não colaborar ou trabalhar em equipe, estou aqui citando aquelas situações que muitos de nós já passamos de recebermos toda a carga de responsabilidade “informal” de responder ou saber de tudo o que ocorre no departamento do lado.

Imprevistos, da mesma forma, devem ser analisados de forma objetiva e preventiva, pois eles certamente ocorrerão sempre. Um tempo livre é importante nestas situações, portanto se você vai estabelecer um tempo para uma reunião ou para atender um fornecedor lembre-se que computadores param de funcionar sem aviso prévio, carros furam pneus, trânsito é sinônimo de engarrafamento e assim por diante.

Bom... não dá para ser perfeito e nem ser um relógio suíço mas com certeza conseguimos aliviar um pouco da pressão das tarefas se acumulando se usarmos estas dicas acima. Evite PROCRASTINAR (adiar, ”empurrar com a barriga”) as tarefas que devem ser cumpridas, pois a sensação psicológica é muito ruim e permanece na sua memória tornando-o uma pessoa que sempre atrasa as suas entregas.


Não deixe para depois, comece já o seu projeto de não perder tempo.

Carpe Diem!




Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Criatividade e Inovação ao alcance de todos.


Como criar ou inovar em um mundo tão competitivo e desafiador? Por que temos que ser criativos? Por que devemos repensar os nossos produtos ou serviços? Para fazermos esta análise basta mudarmos de posição e passarmos a olhar estes mecanismos sob a ótica do cliente. Com certeza as nossas observações ficarão muito mais claras e sensatas. O texto a segui foi escrito de forma bem simples para desmistificar o processo de criação e levá-lo à pequenas empresas ou até à você que é um profissional liberal.

Como clientes, apreciamos um serviço completo, por um preço justo ou pelo menos justificável e pronto! Sem mais nem menos ou talvez com algo a mais, certo? Então nas nossas empresas devemos agir da mesma forma pois somos nós que fazemos parte da mesma cadeia evolutiva quando vestimos a pele de CLIENTE. Quando estamos do lado de cá devemos manter este mesmo sentimento de exigência para que os nossos clientes sejam atendidos de uma maneira mais completa com preços adequados e que valham pelo valor pago por eles. Isso nos dará, com o passar do tempo, uma fatia maior do mercado em que estamos competindo. Estas oportunidades de observar os nossos serviços ou produtos de forma diferente podem surgir através de situações desencadeadas pelo grupo de liderança da empresa através da participação voluntária de seus colaboradores em campanhas de sugestões que ajudem criar novos produtos ou serviços ou ainda “simplesmente” aprimorar os já existentes. As grandes corporações fazem uso destes mecanismos o que não quer dizer que as menores não possam fazê-lo. Devem fazê-lo sim! O fato de serem menores lhes dá até algumas vantagens competitivas se comparadas a corporações maiores que carregam, sobremaneira, um peso de possuir departamentos maiores e com custos relativamente maiores. Certamente na sua empresa alguns líderes possuem características que facilitam a disseminação natural desta cultura de sugestões criativas e inovadoras e que ajudam a acelerar este processo mas lembre-se que ele deve ter sempre o respaldo da alta gerência para que o processo como um todo funcione.


Então fica a pergunta: como acontece o processo criativo em pequenas empresas? Precisamos ser pesquisadores para criarmos um novo serviço? Não, porém no processo de criação devemos levar em consideração algumas etapas muito importantes:

1- Preparação: alguns de nós conseguimos gerar idéias em situações das mais diversas possíveis: correndo, durante o banho, falando sem parar, observando outras pessoas e assim por diante. De qualquer forma se quisermos acelerar o processo criativo devemos ter uma preparação mínima para que os participantes aprendam a colocar para fora as suas sugestões e alguém seja responsável pela captura de tudo o que está sendo apresentado. Um ambiente adequado é fundamental para que isto ocorra. Por ambiente adequado devemos entender que é aquele em que os participantes assim o entendam e que muitas vezes esteja ligado ao objeto ou propósito da criação. Um grupo de humoristas, por exemplo, pode ter como ambiente adequado uma sala com redes, muitas revistas, imagens de outros programas já exibidos e assim por diante.  Nesta fase deve-se então:
         
          a. Ler muito e sobre áreas diferentes da sua
          b. Ouvir (muito) o que os outros têm para dizer
          c. Observar os detalhes importantes – idéia gera idéia
          d. Questionar positivamente
          e. Acreditar nas sugestões dos outros como se fossem as suas

2- Germinação ou maturação: nesta fase devemos, uma vez aceita a idéia inicial, elaborar de forma um pouco mais consistente aquilo que será o objeto de criação. É onde a semente começa a brotar e tomar forma daquilo que será a árvore da criação. Inicia-se um processo de crítica não-positiva de forma a validar a continuidade do processo criativo. É nesta fase também que muitos processos criativos podem ser deixados de lado devido à baixa possibilidade de serem desenvolvidos. Sugere-se então que sejam armazenadas as suas idéias para que num futuro próximo sejam revistas e até, quem sabe, colocadas em prática.

3- Produção: esta é a fase onde se agregam o maior número de contribuições ao processo de criação pois é considerada a base da criação. Os participantes devem agora ser estimulados a contribuir de forma conjunta para a conclusão de todas as necessidades do produto ou serviço em desenvolvimento. É a fase dos detalhes onde todas as possibilidades devem ser exploradas com bastante profundidade. Se for um produto, todas as suas especificações e desempenho devem ser testados; se for um serviço deve ser verificada a sua aderência ao seu objetivo final ou proposta.

4- Fase Expressiva: fase determinante para a explanação, entendimento e implementação do produto ou serviço. Deve ser rica em detalhes e alcançar todo o grupo para o seu melhor aproveitamento. É muito importante que pessoas de fora do grupo de desenvolvimento possam contribuir com as suas observações.

Divergências certamente ocorrerão em todas as etapas do processo e algumas técnicas de resolução de conflito devem ser adotadas pelo facilitador do grupo de forma a manter o bom andamento dos trabalhos e a alcançar os objetivos. Algumas dicas são importantes nesta hora:


• Pontos Positivos – Mantenha o foco nos pontos positivos das sugestões dos outros colaboradores mesmo quando tratando de idéias negativas ou contrárias às suas e a de outros participantes.








• Potencial - Pense nas coisas boas que podem decorrer daquela sugestão se ela for implementada. Pense nela como se fosse sua! Defenda-a até que se prove que não é uma sugestão válida ou aplicável naquele momemnto.




• Preocupações – Pergunte-se sempre sobre quais preocupações são inerentes a esta sugestão. Um bom exemplo são as leis ou regulamentos que estão diretamente relacionados com esta idéia. Que regras ou alterações futuras podem gerar algum atraso no cronograma de implementação? O que fazer para atender todos os requisitos?





• Sobrepujar as Preocupações – Que idéias ou sugestões posso dar para ajudar a resolver estas preocupações? Como posso ajudar de forma geral? Quais as minhas contribuições para o sucesso deste processo? Todas estas perguntas merecem uma resposta que indique a real vontade de fazer com que a sugestão seja validada.






Importante: para um melhor aproveitamento comece sempre ressaltando os Pontos Positivos.

As pessoas criativas têm algumas características que costumam ser mais evidenciadas em seus comportamentos que outras pessoas e é responsabilidade dos líderes identificá-las para que os melhores resultados sejam obtidos através da sua participação. Algumas destas características são:

• Fluência verbal ou comunicação lógica
• Flexibilidade de trabalho
• Originalidade
• Preparação ou Elaboração métodos
• Sensibilidade aguçada
• Liberdade de expressão
• Aceitar o diferente
• Pegar carona em outras idéias
• Não fazer julgamentos antecipados

Imagine-se participando de uma composição musical de um grupo sem que você entenda ou saiba algo sobre teoria musical. A sua participação não fica menor pelo fato de você não conhecer música, lembre-se que você pode manter o seu foco no gosto musical, na melodia, na letra e passar para o grupo as suas sensações ao ouvir aquela composição. Um participante fará sugestões sobre o arranjo, que instrumentos farão parte durante a execução, outro poderá ter o foco em escolher os instrumentistas e assim seguem as contribuições.

A competição está cada vez mais acirrada e para nos mantermos nela devemos usar de todas as ferramentas disponíveis para alcançar os nossos objetivos. Grandes corporações do passado já não existem mais e pequenos negócios se tornaram vitoriosos por sua leveza e rapidez. Não perca tempo, conquiste seu espaço colocando novas idéias no mercado.

Outro texto do autor: http://ngfconsultoria.blogspot.com/2009/05/criatividade-e-inovacao.html


Boa Sorte !


Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...


terça-feira, 6 de abril de 2010

Dilema do Prisioneiro - o Jogo do Ganha-Ganha

Vamos entender porque devemos sempre jogar o Ganha-Ganha na vida e na empresa. Através de uma simulação vamos entender a importância de trabalharmos em equipe seja ela composta até mesmo por apenas duas pessoas. O dilema do prisioneiro é a situação em que dois comparsas, A e B, são pegos cometendo um crime. Levados à delegacia e colocados em celas separadas, o promotor lhes diz que a polícia possui evidência suficiente para mantê-los presos por um ano, mas não o bastante para uma condenação mais pesada. Porém, se um confessar e concordar em depor contra seu cúmplice, ficará livre por ter colaborado, e o outro irá para a cadeia por 3 anos. Já se ambos confessarem o crime, cada um sofrerá uma pena de dois anos.

As decisões são simultâneas e um não sabe nada sobre a decisão do outro. O dilema do prisioneiro mostra que, em cada decisão, o prisioneiro pode satisfazer o seu próprio interesse (trair) ou atender ao interesse do grupo (cooperar). Aqui estão as possibilidades organizadas em ordem:


Para qualquer um dos prisioneiros, o melhor resultado possível é trair e seu parceiro ficar calado. E até mesmo se seu parceiro trair, o prisioneiro ainda lucra por não cooperar também, já que ficando em silêncio pegará três anos de cadeia, enquanto que, confessando, só pegará dois. Em outras palavras, seja qual for a opção do parceiro, o prisioneiro se sai melhor traindo.

O único problema é que ambos chegarão a essa conclusão: a escolha racional é trair. Essa lógica vai, desta forma, proporcionar a ambos dois anos de cadeia. Se os dois cooperassem, haveria um ganho maior para todos, mas a otimização dos resultados não é o que acontece.

O entendimento e aplicação destes conceitos no dia-a-dia nos levam a buscar a solução ótima e não a conveniente se levarmos em conta o resultado para o grupo e não apenas o resultado individual.

Você, no seu cotidiano, joga para a sua equipe ou apenas para você?





Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica.


sábado, 3 de abril de 2010

Equilíbrio Distante: A família, o lado pessoal e o trabalho.

Equilíbrio Distante foi o nome dado ao álbum de Renato Russo lançado em 1995 pela gravadora EMI e que continha músicas em italiano. Dele, além de já ter ouvido suas músicas por diversas vezes, somente vou aproveitar o título para escrever sobre o trinômio: vida pessoal, família e trabalho. Nada, absolutamente nada contra o disco ou o cometa Renato Russo que passou, deixou um rastro belíssimo de poesia, e nos deixou órfãos de canções com um significado ou uma leitura especial.


Imaginem a seguinte situação em que haja o desequilíbrio entre as três situações citadas e que a mesma pessoa passe por elas. É sobre este prisma que vamos iniciar a nossa viagem.

João, um homem de família muito simples e já quase sem posses devido ao seu desemprego, buscava sua recolocação no mercado de trabalho do qual ficara afastado por muitos e muitos anos mesmo sendo um profissional de capacidades médias e alguns cursos em seu currículo. Várias tentativas sem sucesso o deixavam com tempo demais para a sua família que vivia da ajuda de alguns amigos e parentes, de umas faxinas que a mulher fazia e alguns “bicos” que surgiam para o João. As crianças estavam crescendo ao redor do pai que tinha muitas horas a seu dispor para conversar, brincar, ajudá-las nos estudos mas o seu lado pessoal cobrava dele uma satisfação maior que aquela preenchida ao lado da família. Havia o seu desejo maior de retornar ao trabalho para desempenhar as funções para as quais ele se preparou desde a sua adolescência. A cada noite ao se deitar João sentia-se amplamente feliz com a sua participação na vida dos filhos, pela sua opção de não criar qualquer vício e ter o pensamento firme num retorno. Era feliz mas não completamente feliz e precisava mudar. A cada novo dia ele sentia na pele a dor de não poder proporcionar à mulher e filhos o que qualquer chefe de família costumava fazer: uma vida confortável mesmo que sem luxos ou extravagâncias. Momentos de diversão, um passeio, roupas, material escolar e tempo para conviver. Ele só tinha o tempo para oferecer para aquela família que o amava tanto. A sua mulher, que tanto o apoiava, já começava a cobrar uma nova vida para eles pois aquela situação já era vivida por muitos anos.


Num dia de Outono um amigo o encontra e lhe oferece uma oportunidade de retornar ao mercado de trabalho. Confiante João se pôs em passos largos na direção apontada. Arrumou-se, preparou-se para a entrevista e foi até lá. Bingo! Era o seu retorno mesmo que ainda fosse coberto pela nuvem da insegurança de estar tanto tempo afastado da labuta. O seu amigo de outrora sabia de sua capacidade e competência e dispunha de algum tempo até que João estivesse novamente apto a exercer as suas atividades tal e qual no passado. João crescia em vontade de vencer e buscava o seu aprimoramento muito rapidamente, em pouco tempo ele já estava quase no ponto e a alegria pelo trabalho voltava a ser estampada em seu rosto. A família o recebia ainda mais feliz e a cada dia celebravam as suas conquistas. No trabalho era visível seu crescimento e a sua dedicação naqueles primeiros anos de empresa: colaborador, atencioso, voluntário para tudo e até para as horas-extras. Participante ativo das reuniões com um grande número de idéias para cada um dos problemas que surgiam. O tempo foi passando e, como em toda empresa, o clico econômico sofre oscilações e a pressão por enxugar custos vira a conversa do dia-a-dia. A rádio-peão fica 24 horas no ar espalhando notícias nos corredores da empresa. Surgem pequenas oportunidades e de crescimento e a empresa necessita de trabalhos extraordinários. Muito serviço se acumulando devido às vendas conquistada a muito custo com prazos de entrega absurdamente exíguos. Muitas horas-extras surgiram e tiraram João daquele seu ritmo de saída às 6 da tarde, pegar as crianças na escola e ir para casa. Sua vida tinha ficado mais agitada: alguns dias as crianças ficavam esperando na escola, em outros a mulher tinha que buscar de ônibus e assim a vida começava a mudar. Agora o trabalho tomava conta do seu dia e ele já não estava gostando de viver aquela situação e João dá um passo atrás e deixa de lado aquele seu ímpeto inicial de participar. Já não é a mesma pessoa que estava ali.

João era agora um homem realizado: tinha uma bela família, emprego e sabia cuidar de seu lado pessoal. Estudava para aprimorar os conhecimentos, fazia seus cursos de línguas e tinha como lazer andar de bicicleta com um grupo de amigos nos fins-de-semana. Faziam passeios fantásticos que João tinha o imenso prazer de mostrar as fotos para a sua família e amigos. João tinha uma belíssima bicicleta e todos os equipamentos exigidos para a prática do esporte. Agora o seu trabalho passava a competir com a sua família e o seu lado pessoal. O que fazer? De qual deles deveria abdicar? Qual deveria priorizar? Como conseguir o equilíbrio?

Muitos de nós já vivemos ou ainda está vivendo uma história semelhante à de João que busca uma resposta a cada uma das perguntas que surgem em sua mente e tenta partilhar seu tempo entre as partes que mais diretamente afetem a sua sobrevivência, o seu orgulho e as suas vontades. A escolha não é fácil, da mesma forma a resposta.

O trabalho é importante sim mas não deve ser a sua única forma de se ver a vida. A família é importante (a mais importante) mas também tem as suas necessidades que devem ser supridas e não vamos ser tolos em afirmar que tudo fica muito bem quando as condições mínimas não são alcançadas. O lado pessoal é por demais importante e deve ser sempre levado em consideração pois representa a busca natural do homem pela sua evolução junto ao meio em que vive.

Em todas estas situações João deverá fazer opção e abdicar das demais? Talvez não! A busca pelo equilíbrio (mesmo que distante) deve levar em consideração o tempo em que viveremos aquela nova experiência que nos tirou de nossa rotina. Esse não é um jogo de certo ou errado, é um jogo de equilíbrio onde seus malabares têm seu peso que variam conforme cada João. É como se todas as bolas fossem de vidro (em alguns textos já li que a bola do trabalho é de borracha e quando cai ela bate e volta...). Fazer o que gostamos em tempos adequados, de forma bem estruturada, em parceria com a nossa empresa e com os colegas de trabalho vai nos proporcionar um convívio também adequado no seio de nossa família e amigos e certamente conseguiremos atingir as nossas metas pessoais. Certamente não é tão simples como as palavras mas somente VOCÊ poderá atribuir o peso que cada uma destas bolas de vidro têm para a sua vida. Esta é uma decisão pessoal e intransferível pois a vida é SUA.

Apenas uma sugestão: converse com qualquer um dos lados afetados já no início da mudança. Não fique guardando somente para você as suas inquietudes e questionamentos. No trabalho converse com seu líder; em casa, reúna a sua família e coloque um prazo para aquela situação; e com você, saia para uma caminhada sozinho e passe o filme da sua vida, nele você encontrará a resposta aos seus questionamentos. A conversa interior é a que é mais facilmente ouvida por você.

Pense nisso e busque este equilíbrio por mais distante que ele possa estar de você.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Geração Ctrl C / Ctrl V: O Certo e o Errado na hora de escrever textos.

Hoje em dia navegamos na Era da Comunicação Eletrônica e da nossa consolidada capacidade de acesso às mais diversas formas de expressão de idéias: blogs, fotoblogs, formsprings, twitters, sites de relacionamento, sites privados e tudo o mais que existe e ainda vai existir em termos de comunicação na grande rede mundial de computadores porém devemos ter um certo cuidado ao colhermos uma determinada informação e discernirmos se é uma constatação científica, uma reprodução da expressão de um autor reconhecido ou se é apenas uma opinião pessoal sobre um determinado assunto. O que tudo isso tem a ver? Para todos estes casos devemos observar claramente a fonte da informação para então optarmos pela sua adesão quando se trata de um trabalho escolar. Em termos de diversão tudo é válido e prazeroso mas quando se trata de um trabalho de classe desde o ensino fundamental ou médio, passando por um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, uma Dissertação ou uma Tese, devemos ter certas precauções. O fato de estar escrito em algum lugar não significa ser verdadeiro ou ter suporte acadêmico-científico, é necessário que seja de uma fonte confiável, respeitada e reconhecida pela comunidade científica e acadêmica. Hoje em dia, em qualquer roda de conversa, encontramos muitos “doutores” do saber que estruturam suas idéias baseando-se em assuntos coletados em sites da internet sem sequer averiguar as fontes. São os “Nobody Doctors” como dizia um grande amigo meu mesmo antes de existir a internet. Pessoas que falam com uma convicção tão grande que impressionam tremendamente os ouvintes fazendo-os crer que 100% do que foi dito era a mais pura verdade quando na realidade as suas premissas foram baseadas numa fonte inconfiável.




DESAFIO: escolha um assunto do dia como, por exemplo, o índice de chuva numa capital, o tamanho do engarrafamento em São Paulo por conta do feriado ou o valor em Reais de uma obra recém inaugurada. Faça uma varredura em três ou quatro dos sites mais comuns buscando a resposta a estas perguntas e observe os números. Há casos que não ocorre nenhuma coincidência!


“Quem conta um conto, aumenta um ponto”.

 
Em muitos destes trabalhos ou textos, utiliza-se uma técnica conhecida que é o COPIAR e COLAR ou Ctrl C & Ctrl V porém não se pode deixar de lado o tarefa de fazer uma leitura daquilo que está sendo copiado e colado. Você certamente já ouviu falar de máquina de escrever, ou não? Já usou uma? Já viu? Provavelmente não caso você tenha 25 anos ou menos. Há muitos anos estes mesmos trabalhos eram datilografados o que consumia muito tempo. Tudo o que fora anteriormente pesquisado nos livros e enciclopédias era transcrito manualmente para uma folha de papel e somente então se partia para a escrita final que era a datilografia de todo o trabalho. Atualmente muito do que precisamos já está disponível no formato texto em algum lugar esta rede de computadores e adiciona-se a isso a facilidade trazida pelo uso dos editores de texto; era de se achar que os alunos ou escritores tivessem mais tempo para a leitura e entendimento do seu próprio trabalho uma vez que todas estas etapas anteriores ficariam restritas apenas á seleção de uma fonte confiável de informação. Já vi em alguns trabalhos escolares, citações à fontes inconfiáveis que são apresentados à banca examinadora como se fossem extraídas de um grande autor ou de uma comunidade científica renomada.


Abro aqui um parêntesis para falar especificamente dos blogs (e certamente me incluo): estes foram criados como uma forma de expressão de fatos do cotidiano onde seus autores apresentavam aos seus leitores apenas comentários pessoais, passagens de suas vidas tal qual o formato de um diário. Através de suas postagens, os autores descreviam seus passeios, suas histórias, seus “causos” mas como tudo na vida sofre aprimoramento, neste caso a palavra sofrer tem duplo sentido e é a expressão mais adequada pois o nosso crescimento ou evolução é quase que sempre através do sofrimento, os blogs passaram a ser um mecanismo onde as pessoas colocam suas postagens (textos) em um formato mais agradável para a leitura e mais acessível para o público em geral. Este fato não torna os blogs, sob qualquer hipótese, uma fonte de informação inconfiável e também, por outro lado, estas postagens não podem ser consideradas válidas para um trabalho de graduação, Mestrado ou Doutorado pela maioria das instituições de ensino.

Outro aspecto muito importante é a identificação do(s) autor(es) nos textos expostos aos leitores. Neste meu blog você encontra, em sua maioria, textos escritos por mim que são baseados em experiências vividas, em observações do meu cotidiano ou resumo de várias leituras de livros ou publicações. Para os textos que decidi reproduzir fielmente a idéia do autor faz-se necessário que este (o autor) seja apresentado claramente aos leitores como uma forma de direito, reconhecimento e valorização de sua obra. Tudo isso é necessário para que a idéia original seja mantida exatamente como foi gerada e as divergências, caso ocorram, sejam expressas claramente e em separado do texto original. Não estou aqui condenando o uso do Ctrl C & Ctrl V, apenas gostaria de alertar e ressaltar que o tempo de leitura e interpretação dos textos é fundamental para que a sua apresentação seja bem feita e através dela você demonstre claramente à sua audiência o quanto se interessou pelo assunto que VOCÊ escolheu para escrever. No meu Twitter coloquei uma vez uma frase assim: Coloque o número do seu celular no meio da sua Tese com a frase: Professor, se você leu esta msg ligue para mim agora. Bons sonhos! É certo que foi uma brincadeira com os professores e alunos mas esta brincadeira busca ressaltar também que nós, alunos, estamos cobrando dos professores aquilo que devíamos por obrigação fazer: a leitura do nosso trabalho palavra por palavra, linha por linha, capítulo por capítulo.

Pessoal, um errinho aqui outro ali é natural e aceitável mas vamos lá, tem gente que está escrevendo seus textos como se estivesse em uma sala de bate-papo ou escrevendo e-mail para um colega. Isso não é aceitável é demonstra claramente o seu desinteresse pelo seu próprio trabalho. A linguagem escrita tem regras claras e, sobretudo, deve ser como um convite a um passeio pelos nossos textos: não deve ferir os olhos daquele que vai ler ou nos avaliar. É o fechamento de tudo o que foi garimpado, organizado, preparado para ser exposto ao nosso público. Existe uma ferramenta nos editores de texto que deve ser usada para limpar um pouco as nossas derrapadas na língua-mãe, o famoso Corretor Ortográfico. Vamos usá-lo! Ele vai nos mostrar boa parte dos nossos erros que são, muitas vezes, de digitação apenas. Não existem mais as escolas de datilografia e nos tornamos, na maioria dos casos ágeis “catadores de milho” e nessa hora um dedo bate na tecla errada e pronto! O nosso linguajar deve estar adequado ao ambiente exceto quando se trata de um trabalho formal onde todas as regras devem ser seguidas fielmente.

Seu tempo é precioso e muito importante, faça o melhor uso dele quando estiver escrevendo no seu blog, um email, numa sala de bate-papo ou no seu trabalho de graduação e lembre-se que, apesar de ser considerado “out” pela comunidade “internautica”, escrever corretamente é o melhor caminho.

Tudo bem que um VC no lugar de você, de vez em quando, não faz mal a ninguém mas em um trabalho acadêmico ou num texto bem estruturado, nem pensar!