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terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil 2 x 1 Coréia: Vencendo os desafios da estréia.


Nestes tempos de Copa do Mundo somos todos técnicos, jogadores, auxiliares técnicos, repórteres e grandes torcedores da nossa e da seleção do técnico. A nossa vem primeiro até que saia a convocação, daí em diante passa a ser chamada a seleção do Parreira, do Zagallo (confesso que não sei se o original é com um ou dois “éles”) ou atualmente a seleção do Dunga. Muito se fala e se cobra daqueles que são chamados a representar a nossa nação em uma das competições que mais mexem com o sentimento nacionalista, a Copa do Mundo. No nosso caso tendo mais de 180 milhões de torcedores, pouco se comparado à China, mas muito se comparado à tradição, responsabilidade e cobrança que exercemos sobres os nossos representantes. Para nós um segundo lugar beira a desonra, não tem qualquer significado mesmo que o nosso adversário seja superior durante os 90 minutos. Somos cruéis e implacáveis não deixando sequer que as nossas mágoas, por não ver um determinado jogador de nossa preferência ser chamado a participar do grupo, passem despercebidas nos nossos comentários sobre o atual time. Queremos sempre a nossa seleção, a minha seleção. Tudo bem, isso é apaixonante mesmo. Mexe com o nosso instinto mais evolutivo que é o de sobrevivência.

"Quem nunca falhou numa estréia que atire a primeira pedra". É certo que mesmo com toda a preparação, com os resultados, com a estatística a favor, não queremos ver um placar tão magro e com um gol do inimigo no final. E se fosse de virada? Aí seria um placar motivador e representativo, do jeitinho que gostamos de ver a nossa seleção se apresentar em qualquer situação. Hoje pude ver o quanto a seleção demonstrou estar bem preparada psicologicamente por sua equipe técnica e, sobretudo, convicta de que a liderança Dunga tem feito bem aos jogadores. É visível o crescimento de jogadores como Juan, Michel Bastos (jogando contra o fantasma Roberto Carlos que foi imortalizado na posição), Lúcio e do craque Maicon que veio para substituir ninguém menos que Cafú. Robinho correu com a disposição de uma pelada de várzea, estava em todos os lugares. Outros craques já não foram tão bem diante de um adversário que parecia se multiplicar protegendo a sua meta, os coreanos cortaram quase todos os passes e chutes que iam em direção ao seu gol. Em alguns momentos achei que tinham uns dois jogadores a mais e só na defesa!

Estrear numa Copa do Mundo requer muito mais que ter um líder autêntico e direto tal qual o Dunga, requer confiança no grupo, no todo, saber que estar bem preparado é fundamental para seguir em frente tendo a certeza que para esta competição as estatísticas de ontem não fazem a menor diferença para nós torcedores brasileiros, pois o que queremos é ver a bola na rede do adversário. Abro aqui um parêntesis para falar do quanto percebi o que é trabalhar em equipe e saber ser liderado. Em todas as entrevistas coletivas os jogadores são argüidos sobre a liderança do Dunga, seu jeito de comandar (ou liderar?) e sobre as suas vontades pessoais contrastando com as diretivas da seleção brasileira e eles tem se saído muito bem na maioria das vezes. Decisão tomada requer coesão, pensamento focado, esforço conjunto para alcançar a meta, superação e valorização do todo. Os críticos farão a seleção natural (Darwiniana) para eleger o craque do jogo, da semana ou da seleção, mas este é o papel dos críticos sejam eles torcedores ou profissionais do esporte. Junto me aos brasileiros que querem ver, desde o início, um futebol-arte de dribles desconcertantes e jogadas que nos deixem de boca aberta mas sou também solidário à mensagem que este grupo tem passado para todos nós através de suas atitudes e declarações. Dá para ver a alegria estampada no rosto deles quando qualquer outro jogador do time aparece e marca sua presença. É muito legal ver jovens profissionais já realizados se emocionando ao fazer um gol numa competição em que representa seu país. Se Maslow (1/Abril/1908 – 8/Junho/1970) estivesse vivo colocaria o nosso lateral Maicon e o meio-campista Helano no topo de sua Pirâmide das Necessidades (ou Hierarquia das Necessidades): profissionais consagrados buscando a auto-realização que é vencer uma Copa do Mundo e se emocionando como se fossem o Ronaldo Fenômeno com apenas 18 anos de idade na Copa de 94. Ao ser substituído logo após seu gol, Helano balançava a cabeça numa tentativa de trazer seus neurônios à realidade do acabara de acontecer enquanto no gol anterior Maicon caiu de joelhos agradecido pela recompensa ao seu esforço contínuo em buscar a jogada pela linha de fundo.

Vencemos o primeiro desafio neste torneio ingrato que é a Copa do Mundo. Temos muito que aprimorar e acho até bom que Kaká, Luís Fabiano, Gilberto Silva e Lúcio não tenham se destacado nesta partida, pois assim tenho a certeza que dias melhores virão.

E você? Já foi colocado à prova durante a sua estréia? Como foi seu comportamento? Você apresentou os resultados que a sua torcida esperava? Alguém te criticou? Como foi a sua estréia? Pense nisso neste clima de euforia que é a Copa do Mundo e tire proveito dos ensinamentos que estas histórias podem te passar.

Até a próxima partida e espero escrever sobre as vitórias do Brasil do início ao fim desta Copa do Mundo 2010.

                                           Rumo ao Hexa!!!




Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

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