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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A importância de caminhar pela empresa.



Tenho conversado com vários gerentes e supervisores de empresas que se vêem muito bem posicionados em suas salas e se esquecem de sair “da toca” para ver o que está acontecendo na empresa. Isso é muito ruim para este profissional que deixa de olhar nos olhos daqueles que estão à frente dos processos, executando-os no dia a dia e é também ruim para aqueles que não se sentem confortáveis para propor uma solução, sugerir uma alteração ou até “jogar um pouco de conversa fora” como se diz popularmente. A variabilidade de situações aumenta proporcionalmente à velocidade das informações, uma vez que o mundo está girando cada vez mais rápido se considerarmos o volume de dados que recebemos e podemos transformá-los em informações e então em conhecimento.


É no “chão de fábrica” que as coisas literalmente acontecem e por esta razão é lá o laboratório de supervisores e gerentes, cada uma na sua proporção de tempo e de freqüência. Nestes momentos é que os colaboradores sentem-se à vontade para “desabafar” uma dada situação que muitas vezes envolve e afeta o clima da organização. É lá que se percebe o equilíbrio (ou desequilíbrio) entre o volume de serviço dos departamentos, tem-se a oportunidade de questionar e ser questionado, de se descobrir talentos e até perceber quem será um novo líder ou supervisor.

Lembro de uma situação em que um jovem estagiário de nossa empresa ao término do seu estágio não fora contratado pois não tínhamos vaga para contratação em definitivo, porém foi contratado por uma empresa de montagem de antenas e alguns meses depois o supervisor de sua linha de montagem precisou se ausentar por alguns dias. O gerente da planta parou para um cafezinho com a turma de supervisores e montadores e dentre tantas coisas que ouviu, ficou gravado que um dos novos colaboradores demonstrava uma capacidade diferenciada de se comunicar com seus colegas e era bem aceito pelo grupo. Bingo! No dia seguinte identificou o rapaz e lhe deu a oportunidade de supervisionar uma pequena célula da linha de montagem. Após umas poucas palavras de orientação e um treinamento “on the job” constatou-se a realidade de terem em mãos um excelente profissional que certamente contribuiria muito para o crescimento da empresa.

Portas abertas para receber colaboradores nem sempre são portas que recebem visitas, pois o dono da sala, ou seja, VOCÊ, nem sempre está pronto para ouvir quando se trata do seu habitat. Já em outro setor ou na linha de montagem, o colaborador se sente mais confortável para colocar seus pontos de vista e até de demonstrar com exemplos práticos aquilo que levaria algum tempo para expor em uma conversa apenas.

Saia de sua sala, de sua mesa e ande pela empresa de vez em quando e deixe bem claro que você não está ali para pegar ninguém fazendo coisas erradas, tudo o que você quer é aprender com aqueles que estão literalmente com a mão na massa. Tenho certeza que você vai se surpreender.

Em tempo: isso não quer dizer que você vai passar o tempo todo somente andando pela empresa, certo?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Princípios Lean e os Sete Desperdícios: uma forma de reduzir custos.



Você já parou para observar quantas vezes teve que fazer (ou re-fazer) uma determinada tarefa em casa ou no trabalho? Você já se pegou aguardando um documento ou informação que nunca chega até você? Você já... Se continuássemos a elaborar perguntas semelhantes, esta postagem ficaria igual a uma conversa com respostas monossilábicas: SIM, SIM, SIM! Certo? Então está na hora de mudar um pouco esta situação para que você consiga mais facilmente alcançar os seus objetivos quando vai às compras, na sua empresa e até em casa. Tudo isso que ocorre e que separa você do seu objetivo chama-se Muda (palavra japonesa que significa desperdício e pronuncia-se mudá) e esta relacionada a qualquer atividade humana que consome recursos, mas não gera Valor. Importante ressaltar que apesar da sua origem ser no chão de fábrica, os Princípios Lean se aplicam aos escritórios ou setores administrativos privados e até públicos (não sei porque lembrei daquela música: “Sonho meu... sonho meu... vai buscar quem mora longe, sonho meu.”)

No início do século um executivo da Toyota chamado Taiichi Ohno (1912-1990), considerado o maior crítico do desperdício, identificou 7 formas diferentes de desperdício que são facilmente encontradas nos mais diversos tipos de negócios, em pequenas e grandes empresas, em casa e até mesmo num destes quiosques onde paramos para comprar um lanche no final da tarde. Para entendermos melhor estes desperdícios devemos antes entender quais Princípios Lean (as nossas referências) serão usados como base para a identificação e visualização correta de cada um destes 7 desperdícios. O que queremos ao final é fazer mais com menos: menos esforço, menos equipamentos, menos espaço, menos tempo, ficando próximo da perfeição que é o desejo do nosso cliente.


Os Cinco Princípios Lean são os seguintes:

Valor: ponto de partida para o Lean ou Pensamento Enxuto e deve ser definido pelo cliente final. Muitas empresas criam ciclos de debates tentando criar conceitos sobre o que seus produtos entregam de valor aos seus clientes (ledo engano), mas Valor é função do cliente e ponto final. Se optar por fazer esta mesma reunião então convide um cliente ou eleja um representante do seu cliente neste mesmo fórum. Valor é o ponto de partida do Pensamento Enxuto.

Cadeia (ou Fluxo) de Valor: Identificação do conjunto de atividades necessárias para desenhar, desenvolver, ordenar e prover um produto, serviço ou até a combinação dos dois. Existem três tipos de processos: os que geram valor para o cliente final, os que não geram mas são necessários ou importantes como processos de manutenção, qualidade, regulamentos, normas (muda tipo 1) e os que realmente não agregam qualquer valor (muda tipo 2). Estes são os nossos principais inimigos e devemos atacá-los já no início da nossa luta contra os desperdícios.

Fluxo Contínuo: conhecido o Valor e identificada a Cadeia de Valor devemos então (uma vez já eliminados os desperdícios que serão apresentados a seguir) pensar em gerar Fluxo Contínuo aos processos e para isso precisaremos mudar alguns conceitos pré-existentes, pois o grande problema na geração de Fluxo Contínuo é o fato de ser Contra-Intuitivo. Apresar de estimulante, esta é uma das fases mais difíceis do processo, pois o nosso pensamento normalmente trata de trabalhos em lotes ou “departamentalizados” o que efetivamente não cria Fluxo Contínuo.

Produção Puxada: nada deve ser produzido até que o cliente final sinalize sua necessidade, é uma inversão do fluxo produtivo. Se pensarmos na produção de livros, boa parte é destruída ou reciclada se a produção for muito maior que a demanda. Devemos pensar também na preparação necessária para atender as solicitações do cliente final.

Perfeição: considerando-se que já especificamos o que é Valor (definido pelo cliente final), já estabelecemos a nossa Cadeia de Valor e eliminamos os desperdícios, geramos Fluxo às nossas operações e processos e aguardamos o sinal do nosso cliente para puxar a nossa produção devemos então buscar continuamente a Perfeição através da criação de valor. Ter total transparência dos processos eleva a participação de todos os envolvidos (empregados, clientes, distribuidores, terceirizados, etc) na busca do aprimoramento contínuo.

“Alcançar a Perfeição é impossível, mas o esforço para prevê-la nos dá inspiração e direção essenciais para progredir ao longo do caminho”. James Womack – Lean Thinking



Agora que já sabemos qual é o nosso “Norte” vamos então entender quais são os desperdícios (muda tipo 2) para então eliminá-los. Antes, porém temos algumas dicas importantes:
- Aperfeiçoe seus processos antes de automatizá-los (máquinas e computadores), pois mesmo sendo executados mais rapidamente você não terá eliminado os desperdícios.
- Maximize os Recursos Humanos antes de comprar soluções.
- Inicie sempre pelo Valor e este deve ser definido pelo cliente.
- O que os clientes querem: produtos e serviços adequados, na hora certa, na quantidade certa, com custos condizentes e sem defeitos.

Vamos então conhecer os 7 Desperdícios que podem ocorrer em qualquer uma das fases da geração de produtos ou serviços na sua empresa.

Espera ou Tempo Ocioso: tempo em que operadores ou máquinas ficam parados aguardando itens requeridos para completar uma tarefa (informações, materiais, suprimentos, documentos, assinaturas, etc). Neste caso levamos em consideração homens e máquinas durante parados por atrasos e não pela ausência completa de serviço, pois aí já é outro problema.

Movimentação de Pessoas: quaisquer deslocamentos de pessoas (na busca por materiais ou informações) que não agregam valor ao produto ou serviço. Estações de trabalho mal projetadas, etc. Você já se viu andando de um lado para o outro buscando aprovações que muitas vezes o aprovador seque lê o que está aprovando?

Excesso de Processamento: qualquer esforço ou tempo gastos e que não adicionam Valor à Cadeia de Valor. Duplicidades de testes sem um propósito claramente definido, coleta de dados além do necessário, etc.







Estoque ou Inventário: excesso de materiais armazenados aguardando processamento. Compras por lotes além do necessário, compras de saldos, produção superior à demanda, etc







Movimentação de Itens: transportar desnecessariamente informações ou materiais de uma estação de trabalho para outra ou de um setor para outro. Número reduzido de ferramentas de baixo custo, layout ruim, etc

Excesso de Produção: produzir informações ou serviços além do que o cliente final solicitou. Pode ser desde materiais ou até em relatórios ou planilhas com um sem número de colunas onde você simplesmente queria a listagem com o nome e código dos seus 10 principais clientes.




Reparar defeitos ou re-trabalho: tempo gasto consertando ou retrabalhando materiais ou informações. Testes incompletos, soldagens deficientes, etc

E aí? Será que já dá para você olhar para a sua empresa e notar alguma forma de desperdício? Que tal perguntar aos seus clientes o que eles vêem como tarefas que não agregam Valor? Está com receio de ouvir algo que não goste? Este já é um indicativo de que seus processos precisam passar por alterações para eliminar os muda (desperdícios). Reúna sua equipe e tente mapear cada uma das etapas da produção de bens ou serviços. Se precisar da nossa ajuda entre em contato.


Veja a beleza deste comercial onde tantas ações acontecem para fazer a propagada do veículo e seus produtos e acessórios. Se analisado sob a ótica do Lean estas ações seriam eliminadas bastando ligar o veículo.


Eliminar os desperdícios é a maneira mais fácil de potencializar a manutenção do lucro de sua empresa. A prática constante destes princípios Lean certamente conduzirá sua empresa, não importando o tamanho ou o trabalho executado, a alcançar mais facilmente metas e objetivos além de ser uma forma de motivar sua equipe na busca da Perfeição. Os seus clientes certamente vão agradecer!