Tenho conversado com vários gerentes e supervisores de empresas que se vêem muito bem posicionados em suas salas e se esquecem de sair “da toca” para ver o que está acontecendo na empresa. Isso é muito ruim para este profissional que deixa de olhar nos olhos daqueles que estão à frente dos processos, executando-os no dia a dia e é também ruim para aqueles que não se sentem confortáveis para propor uma solução, sugerir uma alteração ou até “jogar um pouco de conversa fora” como se diz popularmente. A variabilidade de situações aumenta proporcionalmente à velocidade das informações, uma vez que o mundo está girando cada vez mais rápido se considerarmos o volume de dados que recebemos e podemos transformá-los em informações e então em conhecimento.
É no “chão de fábrica” que as coisas literalmente acontecem e por esta razão é lá o laboratório de supervisores e gerentes, cada uma na sua proporção de tempo e de freqüência. Nestes momentos é que os colaboradores sentem-se à vontade para “desabafar” uma dada situação que muitas vezes envolve e afeta o clima da organização. É lá que se percebe o equilíbrio (ou desequilíbrio) entre o volume de serviço dos departamentos, tem-se a oportunidade de questionar e ser questionado, de se descobrir talentos e até perceber quem será um novo líder ou supervisor.
Lembro de uma situação em que um jovem estagiário de nossa empresa ao término do seu estágio não fora contratado pois não tínhamos vaga para contratação em definitivo, porém foi contratado por uma empresa de montagem de antenas e alguns meses depois o supervisor de sua linha de montagem precisou se ausentar por alguns dias. O gerente da planta parou para um cafezinho com a turma de supervisores e montadores e dentre tantas coisas que ouviu, ficou gravado que um dos novos colaboradores demonstrava uma capacidade diferenciada de se comunicar com seus colegas e era bem aceito pelo grupo. Bingo! No dia seguinte identificou o rapaz e lhe deu a oportunidade de supervisionar uma pequena célula da linha de montagem. Após umas poucas palavras de orientação e um treinamento “on the job” constatou-se a realidade de terem em mãos um excelente profissional que certamente contribuiria muito para o crescimento da empresa.
Portas abertas para receber colaboradores nem sempre são portas que recebem visitas, pois o dono da sala, ou seja, VOCÊ, nem sempre está pronto para ouvir quando se trata do seu habitat. Já em outro setor ou na linha de montagem, o colaborador se sente mais confortável para colocar seus pontos de vista e até de demonstrar com exemplos práticos aquilo que levaria algum tempo para expor em uma conversa apenas.
Saia de sua sala, de sua mesa e ande pela empresa de vez em quando e deixe bem claro que você não está ali para pegar ninguém fazendo coisas erradas, tudo o que você quer é aprender com aqueles que estão literalmente com a mão na massa. Tenho certeza que você vai se surpreender.
Em tempo: isso não quer dizer que você vai passar o tempo todo somente andando pela empresa, certo?
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