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domingo, 4 de dezembro de 2011

Ex-entregador de carga em bicicleta se tornou dono de grande transportadora


Este texto foi extraído do site folha.com e está sendo reproduzido na íntegra. Eles está sendo postado neste blog por estar diretamente relacionado aos temas de Administração, Motivação e Gestão que aqui são tratados. Um excelente exemplo de um brasileiro que deu certo à frente de sua empresa. Texto de Araripe Castilho e foto de Edson Silva.
Boa leitura!

João Braz Naves, 61, é dono da RTE Rodonaves, que ele criou há 31 anos a partir de um box de 10 m² alugado na rodoviária de Ribeirão Preto. Na época, ele mesmo fazia entregas com uma bicicleta de carga. Hoje, a empresa é uma das maiores transportadoras do Brasil.
Leia abaixo o depoimento de João Braz Naves:
Nasci em Altinópolis, fui para Minas com 16 anos e só cheguei a Ribeirão Preto aos 19. Antes de montar a Rodonaves, vendi passagem de ônibus por quase dez anos.
Eu era o único bilheteiro, aquele que levava os pacotes para os ônibus. E me perguntava por que as pessoas colocavam encomendas nos ônibus. Isso não saía da minha cabeça e aí descobri que era por causa da rapidez. Só que não tinha o serviço de coleta e entrega a partir dos ônibus.

Como a empresa onde eu trabalhava demitiu vários funcionários, entre eles eu, aproveitei a ideia para montar esse negócio. Era 1980 e eu tinha 29 anos. Arrumei um box pequeno na rodoviária e comecei a fazer entregas sem a bicicleta. Levava tudo nas mãos, nos ombros.
Aí comecei a perguntar nas empresas próximas se eles me pagavam mais para eu entregar as mercadorias dos ônibus diretamente para eles, usando já uma bicicleta.
Eles adoraram porque, assim, facilitava para eles. Então comprei uma bicicleta Brandani, em dez parcelas. Deu três meses e a bicicleta já não dava mais conta.


Edson Silva/Folhapress
João Braz Naves, dono da RTE Rodonaves, ao lado da primeira bicicleta da empresa RTE Rodonaves
Eu pegava a encomenda no ônibus e entregava no destino. O negócio foi tão bem que, em três meses, comprei uma Kombi 71 e meu primeiro funcionário assumiu a bicicleta. Nesse momento, comecei a atender Ribeirão Preto quase inteira e até usava a Kombi para entregas na região. Eu já tinha cinco funcionários.
Logo começaram a aparecer empresas de ônibus que me repassavam serviço. A [viação] Santa Cruz entrou na história e colocou um caminhão para eu fazer as entregas. Mais três meses e esse caminhãozinho já era pouco. Viramos sócios.

PEDRAS NO CAMINHO
Contando assim parece que foi tranquilo, mas não foi. Eu não tinha casa própria, tinha três filhos. Em 84, quando minha primeira mulher quis a separação, foi um susto danado. Só que foi assim que percebi que a Rodonaves já estava dando um dinheirinho. Até então, não sabia por que não cuidava disso. Mais adiante, quando o negócio parecia bem, tive outro susto. Eu me separei também da empresa Santa Cruz. Essa época foi difícil. De 18 veículos na frota, sobraram só dois caminhões pequenos. Sem muita estrutura, comecei quase do zero de novo. Arrumamos um caminhão sem baú e jogamos uma lona em cima. Foi um ano com esse caminhãozinho. De 97 praças que eu fazia antes com a Santa Cruz, tive que começar só com 27. Mas, em menos de um ano, já tinha quase o mesmo movimento de antes. Arrumamos gente que pegava para fazer entrega até de charrete em algumas cidades. Em 95, tive coragem de comprar dois caminhões zero porque precisava muito fazer outras linhas.

VENDAVAL
Mas antes disso, em 1994 mesmo, teve o grande vendaval em Ribeirão Preto.
As mercadorias ficaram todas molhadas, não tinha mais nada. Fui atrás do seguro, mas não cobria vendaval. Nós pedimos mesmo assim e, graças a Deus, o seguro percebeu a necessidade e pagou. Acho que me ajudou muito ser honesto porque eu não quis explorar o seguro, só pedi o necessário. Também procurei os clientes e, por incrível que pareça, muitos aceitaram as mercadorias do jeito que estavam.

A RETOMADA
Todo mundo achou que a gente ia desistir depois disso, mas não foi assim. De 97 em diante, já não usava mais os ônibus como estratégia para enviar as mercadorias. Cheguei um dia a Goiânia e vi que tinha serviço de sobra, mas não tinha estrutura. Arrumei um barracão e comecei na praça. Isso faz 14 anos, foi na mesma época que construímos a atual sede em Ribeirão Preto, num terreno que comprei da usina Batatais.
Saímos de uma área de 600 m² para outra de 3.000 m². 
Daí para frente foi só festa.

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

domingo, 19 de setembro de 2010

O “Jeitinho” (BOM) Brasileiro: mais um texto para refletir.


 Na postagem anterior falamos sobre um lado que não é tão bom de comentar sobre nós mesmos (mas que não podemos fechar os olhos para esta realidade): o “Jeitinho” Brasileiro quando deixamos de cumprir regras, leis e acordos ou usado malandramente (no mau sentido). Neste artigo vamos nos ater a outro prisma que é quando, este mesmo Jeitinho nos coloca em posição de destaque diante das mais diversas situações a que somos submetidos. Então vamos lá!

Alguns dos nossos muitos predicados são:


CRIATIVIDADE (não é uma característica de um povo específico): dada a nossa falta de recursos acabamos por desenvolver soluções de baixo custo, porém de eficácia ímpar. Normalmente nos países mais desenvolvidos estas soluções se dão pala implantação de processos automatizados e de custo elevado, o que não quer dizer que não seja um processo criativo absolutamente, porém conseguimos ir um pouco além quando se trata de criatividade. Atualmente os grandes líderes da ONU são escolhidos dentre países menos desenvolvidos pelo fato das contribuições nas soluções serem adequadas economicamente (baixo custo e eficácia alta). É de fato uma característica nossa sermos criativos e apresentarmos soluções rápidas aos problemas que surgem à nossa frente.

                                                   


Aqui cabe todo o mundo!
SOCIABILIDADE: conseguimos deixar passar claramente esta nossa virtude quando nos relacionamos com outros povos. É certo que em alguns casos passamos da conta, mas certamente temos uma boa vontade gratuita que não se vê em países da Europa. Um dos fatores que mais contribuem é dado a nossa diversidade cultural que advém da nossa colonização e miscigenação através dos tempos. Pense em um povo que se formou e ainda se relaciona com índios, portugueses, holandeses, americanos, africanos, italianos, japoneses, chineses e por aí vai. Temos as maiores colônias de outros povos em nossas terras e toda essa mistura, acrescida de um tempero tipicamente nacional, nos dá uma maleabilidade única quando temos que nos relacionar interna e externamente com grupos de pessoas de raças diferentes da nossa. 

Diversidade
DIVERSIDADE: é atualmente a palavra de ordem em muitos países desenvolvidos. Há uma necessidade de se entender, aceitar e se desenvolver culturalmente diante de tanta informação trazida à força pela Globalização e os investimentos nesta área são enormes e a longo prazo. Por muitas razões a mão de obra especializada passou a vir de outros países e em grande quantidade e boa qualidade, ocupando um espaço que anteriormente era ocupado apenas com o capital intelectual local. Os EUA estao passando por esta adaptação a este novo modelo de operação e um bom exemplo são os trabalhos desenvolvidos à distância em outros países. A Índia destaca-se pela produção de software (é um país que possui uma grande população não-Inglesa que fala Inglês) e destaca-se também pela utilização de sua mão de obra em Call Centers onde muitas empresas americanas terceirizaram seus setores de vendas por telefone para empresas da Índia. Diversidade é para nós brasileiros uma competência “de formação” e que devemos explorar muito além do que estamos fazendo. Teremos dois grandes eventos: a Copa do Mundo em 2014 e as Olímpíadas em 2016 nos quais poderemos aplicar estas nossa habilidade porém certamente os que estiverem melhor preparados sairão na frente. Ainda falando sobre Diversidade existem aspectos que passam pela inclusão social de classes ou indivíduos que anteriormente eram renegados a subempregos ou à informalidade: portadores de deficiência, idosos, homens, mulheres, etc e que nestes casos já existem ações (ainda pequenas) para a aceitação e convívio com os representantes destes grupos sem qualquer forma de retaliação.

Resiliência no trabalho
RESILIÊNCIA: somos naturalmente um povo resiliente (a Física define resiliência como a capacidade de um material de sofrer tensão ou deformidade e recuperar seu estado normal após suspensa a ação sobre ele). Este mesmo conceito se aplica às pessoas que têm a capacidade de manterem-se em pleno estado de desenvolvimento ou movimentação em direção a uma meta tão logo as dificuldades encontradas cessem. Quem de nós já não disse ou ouviu a seguinte frase: “Sou brasileiro e não desisto nunca”.

Resiliência: segundo o dicionário Aurélio é “a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal deformação elástica”.




Loja da Ricardo Eletro
 EMPREENDEDORISMO: somos o 13° país mais empreendedor do mundo (2008) o que revela a nossa capacidade de buscar algo a mais mesmo em ambientes considerados desfavoráveis devido à inflação, impostos elevadíssimos e até pela falta de apoio do governo nas questões de amparo técnico para a criação das empresas. O índice de mortalidade das empresas no seu primeiro ano de vida ainda é muito alto (caiu de 35% para 27% em SP) e menos de 50% chegam a completar 5 anos de vida. Segundo o SEBRAE somente em SP existem 2,6 milhões de empreendedores informais (não possuem CNPJ) e 1,3 milhões de empreendedores formais (possuem CNPJ) sendo que nos dois casos as áreas de atuação são o Comércio (55%) e a Prestação de Serviços (35%).

Neste quesito destacamos um grande empreendedor dos últimos tempos: Ricardo (Nunes) Eletro que iniciou sua trajetória em 1989 vendendo bichinhos de pelúcia e produtos eletrônicos em uma loja de 20 m2. Com uma propaganda agressiva foi ganhando espaço e se tornou em uma grandiosa rede de eletrodomésticos, eletrônicos, informática, móveis e utensílios no Brasil. Em Março uniu-se com a rede Insinuante resultando na holding Máquina de Vendas com mais de 750 lojas em 23 estados brasileiros.

Um termo muito comum e que é usado de forma pejorativa é a gambiarra (em alguns lugares usa-se guaribada também) cujo significado predominante é: extensão de luz (aquela seqüência de lâmpadas ligadas em paralelo, muitas vezes usadas em quermesses ou festas juninas). Aqui temos duas condições que conflitam de forma bastante curiosa:

(1) gambiarra como solução criativa para um problema (jeitinho bom) e que é louvável. Quem de nós já não teve que inventar um dispositivo “MacGyver” (série de TV onde o protagonista tinha sempre uma combinação de materiais para criar um artefato que solucionava seu problema) para resolver um pequeno probleminha de última hora. Uma barra de calça que descostura certamente pode ser colada por dentro com fita crepe ou isolante. Neste exemplo lembro que tempos depois passaram a comercializar um produto com esta mesma finalidade. Você não vai chegar atrasado na festa, certo?

(2) gambiarra como solução permanente do problema e meio de se fazer algo de forma errada conscientemente (jeitinho ruim). Isolar emenda de fios com veda-rosca ou fita de papel ao invés de colocar uma conexão ou fita isolante. Nestes casos os riscos são iminentes e através da repetição passamos a entender o errado como sendo o certo. Isso é muito perigoso!

Dê uma olhada nestas gambiarras aqui em baixo.
(Posicione o mouse sobre as figuras para parar a movimentação)


Sem dúvida somos um povo trabalhador e que tem características muito importantes que todo grande empresário precisa ter para gerir seu negócio apenas devemos ficar muito atentos aos nossos possíveis deslizes dada a nossa histórica capacidade de não levar a vida tão a sério (o Jeitinho ruim). Somos, pelo conjunto da obra, adaptáveis às mais diversas situações e sabemos discernir o que é o certo e o que é o errado, isto é fato!

O Canal Futura exibiu uma série de 13 programas idealizados por Antônio de Andrade, sócio da produtora independente Filmes do Serro e que tiveram como consultor o antropólogo Roberto DaMatta. Estes programas buscavam retratar pessoas comuns e o que elas faziam para sobrepor as dificuldades encontradas. A criatividade, a capacidade de empreender e o otimismo face às dificuldades eram o carro chefe dos personagens do programa. Assita o vídeo e note a felicidade destas pessoas. É impressionante!

                                                   

Precisamos aprender muito com eles a nos comprometer em fazer o que é CERTO. Então não perca tempo e use o seu Jeitinho (BOM) Brasileiro onde você estiver.

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