Tenho assistido, como muitos de vocês, (a) toda essa tragédia anunciada desde sempre no Rio de Janeiro e em outros lugares do nosso país. Poucos são os países que toleraram essa incompetência administrativa a que somos submetidos no nosso Brasil todos os anos sem exceção e nesta mesma época. É como se programássemos o nosso DVD no modo REPEAT a cada Dezembro ou Janeiro. No caso da região Serrana do Rio de Janeiro, esta catástrofe ocorre regularmente e assistimos a tudo isso de camarote dada a nossa impossibilidade de apresentar uma solução direta. Vemos um desfile de assessores e políticos vestidos em trajes da Defesa Civil e, depois da tempestade, despejando milhões e milhões de Reais em planos de recuperação como se fossem salvadores. Basta!
O trabalho a ser feito está muito antes de toda essa tragédia acontecer. Está na urbanização organizada e sem interesses financeiros, está na solicitação e aceitação de resultados das análises geológicas que podem ser feitas para determinar a viabilidade ou não da construção. O que assistimos na TV é um desfile de incompetentes e interesseiros que no afã de conduzirem o crescimento das cidades para as áreas de seu interesse, permitem que pobres e ricos se acotevelem por espaços em morros e encostas, cada um conduzindo seu objetivo. estes políticos sequer estão preocupados com a sua própria reputação pois valem-se da fraqueza e esquecimento de cada um de nós. Tudo se acalma e chega um novo ano.
Lamentável que tudo isso pudesse ser minimizado ou evitado... lamentável. Tristeza pelas perdas irreparáveis de amigos e parentes que, em muitos casos, sequer são encontrados para um enterro digno. Recebi uma ligação de um grande amigo que foi informado da perda de todos os familiares de um amigo seu e sequer sabia como ajudá-lo a dividir esta dor que jamais será apagada da mente e do coração. O que fazer nesta hora? Ligar para falar o que? Não somos sequer capazes de dividir a dor porque não sabemos o seu tamanho e ficamos, neste momento, como meros telespectadores. Se a dor de perder um parente já é grande quiçá uma família. "Que Deus o abençoe e conforte" é tudo o que podemos desejar e esperar que o tempo amenize estas perdas.
Assiti, consternado e em prantos, um morador cavando a sepultura de seu irmão e de outros parentes na intenção de dar um fim "digno" aos seus familiares. Dignidade que há em excesso em uns, falta em tantos outros. Cabe a nós exigirmos em cada uma das esferas legislativas, que se criem leis rígidas e eficazes que conduzam a nossa nação à PREVENÇÃO para que tragédias naturais anunciadas como essa não aconteçam e PUNIÇÃO severa aos governantes em toda sua hierarquia: município, estado e Estado (pois estes são os nossos supervisores, gerentes e diretores) para que sejam seladas as suas incompetências e estas tragédias não mais sejam assistidas como um filme de terror que definitivamente não queremos pagar para ver.
A natureza é que está indo para o banco dos réus.
Sem mais,
Natanael
Nota: aqui em São José dos Campos ocorreu uma tragédia em proporções infinitamente menores a esta do Rio de Janeiro para a qual também estamos recolhendo materiais de higiene e limpeza, roupas e alimentos para assitir aproximadamente 120 famílias desabrigadas pelas chuvas. Neste momento a solidariedade está acima de tudo.
1 comentários:
Natanael concordo plenamente com suas palavras, acrescento que "nós", temos uma maior participação na culpa, pois os colocamos onde estão e depois nos acomodamos. Essa cultura tem de mudar.
Abraços forte
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