Alguns líderes confundem bastante o sentido de delegar uma tarefa e isso pode terminar em projetos parados por falta de gestor ou metas claras. Como diz o adágio popular: “Cachorro que tem dois donos, morre de fome” e é isso mesmo que acontece. Outro dia estava conversando com um desses que se dizem “gestores participativos” e que pensam que delegam as tarefas aos seus liderados, mas na realidade são centralizadores por natureza e não reconhecem esta sua faceta. Vou chamá-lo de Sr. Mandão cujo perfil dele é mais ou menos assim: vai do recebimento ao faturamento, passa pela produção, pelo grupo de design, dita as regras no departamento de Recursos Humanos, faz seleção de candidatos, escolhe o local da festa de celebração das metas atingidas no mês, troca lâmpadas e até dá uma parada na seção de treinamento para “dar umas aulas” vez ou outra. Ufa, que canseira! Tudo isso seria normal se o objetivo
fosse capturar como está o clima e a cultura da empresa, ouvir alguns colaboradores, marcar presença dando apoio ao projeto X ou Y mas não para executar todas estas tarefas. Esta atitude de atuar em todas as áreas afasta temporariamente o líder do projeto e trás o foco para o si confundindo a cabeça de todos que estão participando.
fosse capturar como está o clima e a cultura da empresa, ouvir alguns colaboradores, marcar presença dando apoio ao projeto X ou Y mas não para executar todas estas tarefas. Esta atitude de atuar em todas as áreas afasta temporariamente o líder do projeto e trás o foco para o si confundindo a cabeça de todos que estão participando.
Este meu amigo, o Sr. Mandão, me dizia de um novo projeto que sua empresa estava envolvida dentre tantos naquele ano de crescimento porém não havia gente competente disponível para tocar o tal projeto e ele teria que fazê-lo. Como já nos conhecemos de longa data perguntei se era falta de capacitação do pessoal ou o que seria. Ele me disse que era porque “ele precisava tocar o projeto” e ao mesmo tempo comentou da sua falta de tempo para um passeio com a família ou amigos além de outros projetos que estavam atrasados por que ele não tinha tempo de dar uma “olhadinha” para ver estava tudo certo. Lembrei então de uma técnica chamada de 5 Por quês cujo objetivo é achar a causa raiz de um problema. Decidi alongar a nossa conversa e questioná-lo sem explicitar o uso desta ferramenta, comecei então a perguntando por que ele teria que tocar o tal projeto e a sua resposta não me convenceu. Perdido entre Porquês e respostas sem fundamentos ele acabou se declarando (muito constrangido) um controlador nato e que as pessoas confundiam com o fato dele não delegar. Conclusão: achamos o problema, era o meu amigo e o seu entendimento por DELEGAR. Continuamos a conversa e ele ia se afundando ainda mais nas suas convicções até que em dado momento optei em mudar o foco. Tomei como referência um grupo musical onde temos um baterista, um tecladista, um contra-baixista, um guitarrista, um percursionista, o cantor e seus “backing vocals”. Cada um destes participantes atua como um líder de um pequeno ou médio projeto que juntos fazem parte de um grande projeto que é a apresentação do grupo. Certamente não há como um só integrante executar todos estes instrumentos e ainda cantar então cada um tem que saber o que fazer para que cumpra bem o seu papel (projeto) durante a apresentação. Tudo deve ser ensaiado anteriormente (reunião de metas e objetivos) para que cada componente saiba da sua contribuição no dado momento (resultados). Durante o show cada instrumentista tem a sua oportunidade de demonstrar o que de melhor sabe fazer quando for chamado para uma apresentação solo (reunião de apresentação de resultados) ou em alguns momentos vemos dois músicos apresentando-se juntos em um determinado trecho da música (quando os projetos começam a se integrar e tornarem-se um só, porém maior) e tudo isso ocorre sob a coordenação do vocalista que durante a apresentação faz o seu papel e também é o líder e facilitador da apresentação em geral.
Neste contexto perguntei ao meu amigo qual a diferença entre o grupo musical e a sua empresa, ele se viu embaraçado e não soube (quis) responder... O problema é o mesmo: DELEGAR. Alguns líderes têm a clara percepção da necessidade de delegar mas não o fazem seja por insegurança ou qualquer outro motivo e vão se afogando em um mar de tarefas incompletas que só tende a aumentar. Não percebem que deixam seus subordinados inseguros e sem movimentação quando interferem demasiadamente nos processos ou então os largam de vez e deixam sem qualquer apoio ou orientação o que é tão ruim quanto. Outro aspecto é o efeito colateral onde os participantes deixam para o líder (mandão) toda a responsabilidade, execução, direção e interpretação de tudo que ocorre no projeto e aí o trabalho que era para ser executado em grupo passa a ser quase que individual.
Quem sabe DELEGAR atribui clareza à sua informação, estabelece metas e responsabilidades, dá poderes e direção aos novos líderes ou ao grupo mas não ensina como fazê-lo; dá suporte e facilita mas não bloqueia as ações independentes e até diferentes deste ou daquele colaborador, cria sinergia e dissemina confiança entre as pessoas, demonstra credibilidade e aceite pelo diferente. Delegar é uma arte que pode ser aprendida e deve ser praticada dia a dia. DELEGAR é preciso.
Pense nisso e delegue!
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