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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil 3 x 1 Costa do Marfim: Tropeçando na própria sombra (o filme).



Cena 1: Ufa! Quanta bandeira verde e amarela tremulando nos carros em cada esquina deste Brasil. Quando se aproxima a hora do jogo da seleção parece que o ponteiro do relógio dá voltas mais rápidas que o normal, o nosso coração acelera e da mesma forma o nosso carro mas... o trânsito é implacável e lento. Não nos dá muita chance de acharmos um caminho mais rápido para sentar e assistir a partida.

Cena 2: Ainda no corredor do estádio se preparando para sua segunda partida, a nossa seleção canarinho já demonstrava claramente o quanto estava preocupada e tensa. Muitos jogadores sequer esboçavam um sorriso num misto de passar a imagem de que estavam concentrados e de estarem realmente concentrados. Parecia uma preparação para uma batalha e não um jogo. Isso pode até ser bom, mas deve ter a dose certa, caso contrário o tiro pode sair pela culatra. Será o efeito Jabulani?

Cena 3: O jogo que seguia dentro de uma normalidade esperada, descambou para uma batalha real de cotovelos, quedas e espancamentos gratuitos entre profissionais da mais alta qualidade e posição. O placar seguiu seu rumo esperado apesar de novamente tomarmos um gol no final (o que tem demonstrado uma desatenção aos minutos finais das partidas) tendo uma zaga que tem recebido os maiores elogios da crítica futebolística dos últimos tempos.

Cena 4: Kaká – o líder natural, perde o controle e, depois de já ter tomado um cartão amarelo, começa a se envolver em confusões com os jogadores da outra equipe. Por outro lado, o nosso treinador deveria ter se antecipado e coordenado para que o jogador fosse substituído o quanto antes. É certo que quando se trata de futebol e Copa do Mundo devemos levar em conta que a carga emocional é muitas vezes maior do que qualquer outra situação que vivemos no dia a dia, mas isso não pode ser um meio para que as ações do grupo de liderança sejam nulas ou ineficientes.

Cena 5: O Juiz pergunta ao jogador se o gol teve um toque de mão (nessa hora não sei se coloco hahahahaha, ahahahahaha, kkkkkk ou asuahsuhauhsu). Com centenas de câmeras no estádio, o juiz da partida corre lado a lado com o Luís Fabiano e faz esta pergunta. Essa não dá sequer para comentar.

Cena 6: Na entrevista coletiva o nosso treinador Schwarzenegger dispara seu olhar fulminante contra um repórter, dá destaque à esta situação e inicia sua fúria em palavras sussurradas entre dentes... Um descalabro sem precedentes na vida corporativa, mas permissivo no apaixonante mundo futebol.

Vou parar na cena 6, de caso pensado, para manter viva a minha esperança de um HEXA. Fato é que temos ferramentas especiais em fase de ajustes e algumas prontas para uso, temos estoque de qualidade, temos gestores competentes, mas estamos enveredando por um caminho de retrabalhos e desgaste emocional muito grande que pode levar a nossa equipe a ter problemas logo à frente. Ainda bem que tudo isso se dá numa fase inicial onde, com uma retomada de direção e de liderança, rapidamente achamos o rumo certo e voltamos a crescer. O bom é que, apesar dos desgastes emocionais, há um “Q” de querer vencer a qualquer custo para apagar da memória a Copa de 2006.

Que venham os Portugueses.

Rumo ao HEXA, Brasil!!!






Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil 2 x 1 Coréia: Vencendo os desafios da estréia.


Nestes tempos de Copa do Mundo somos todos técnicos, jogadores, auxiliares técnicos, repórteres e grandes torcedores da nossa e da seleção do técnico. A nossa vem primeiro até que saia a convocação, daí em diante passa a ser chamada a seleção do Parreira, do Zagallo (confesso que não sei se o original é com um ou dois “éles”) ou atualmente a seleção do Dunga. Muito se fala e se cobra daqueles que são chamados a representar a nossa nação em uma das competições que mais mexem com o sentimento nacionalista, a Copa do Mundo. No nosso caso tendo mais de 180 milhões de torcedores, pouco se comparado à China, mas muito se comparado à tradição, responsabilidade e cobrança que exercemos sobres os nossos representantes. Para nós um segundo lugar beira a desonra, não tem qualquer significado mesmo que o nosso adversário seja superior durante os 90 minutos. Somos cruéis e implacáveis não deixando sequer que as nossas mágoas, por não ver um determinado jogador de nossa preferência ser chamado a participar do grupo, passem despercebidas nos nossos comentários sobre o atual time. Queremos sempre a nossa seleção, a minha seleção. Tudo bem, isso é apaixonante mesmo. Mexe com o nosso instinto mais evolutivo que é o de sobrevivência.

"Quem nunca falhou numa estréia que atire a primeira pedra". É certo que mesmo com toda a preparação, com os resultados, com a estatística a favor, não queremos ver um placar tão magro e com um gol do inimigo no final. E se fosse de virada? Aí seria um placar motivador e representativo, do jeitinho que gostamos de ver a nossa seleção se apresentar em qualquer situação. Hoje pude ver o quanto a seleção demonstrou estar bem preparada psicologicamente por sua equipe técnica e, sobretudo, convicta de que a liderança Dunga tem feito bem aos jogadores. É visível o crescimento de jogadores como Juan, Michel Bastos (jogando contra o fantasma Roberto Carlos que foi imortalizado na posição), Lúcio e do craque Maicon que veio para substituir ninguém menos que Cafú. Robinho correu com a disposição de uma pelada de várzea, estava em todos os lugares. Outros craques já não foram tão bem diante de um adversário que parecia se multiplicar protegendo a sua meta, os coreanos cortaram quase todos os passes e chutes que iam em direção ao seu gol. Em alguns momentos achei que tinham uns dois jogadores a mais e só na defesa!

Estrear numa Copa do Mundo requer muito mais que ter um líder autêntico e direto tal qual o Dunga, requer confiança no grupo, no todo, saber que estar bem preparado é fundamental para seguir em frente tendo a certeza que para esta competição as estatísticas de ontem não fazem a menor diferença para nós torcedores brasileiros, pois o que queremos é ver a bola na rede do adversário. Abro aqui um parêntesis para falar do quanto percebi o que é trabalhar em equipe e saber ser liderado. Em todas as entrevistas coletivas os jogadores são argüidos sobre a liderança do Dunga, seu jeito de comandar (ou liderar?) e sobre as suas vontades pessoais contrastando com as diretivas da seleção brasileira e eles tem se saído muito bem na maioria das vezes. Decisão tomada requer coesão, pensamento focado, esforço conjunto para alcançar a meta, superação e valorização do todo. Os críticos farão a seleção natural (Darwiniana) para eleger o craque do jogo, da semana ou da seleção, mas este é o papel dos críticos sejam eles torcedores ou profissionais do esporte. Junto me aos brasileiros que querem ver, desde o início, um futebol-arte de dribles desconcertantes e jogadas que nos deixem de boca aberta mas sou também solidário à mensagem que este grupo tem passado para todos nós através de suas atitudes e declarações. Dá para ver a alegria estampada no rosto deles quando qualquer outro jogador do time aparece e marca sua presença. É muito legal ver jovens profissionais já realizados se emocionando ao fazer um gol numa competição em que representa seu país. Se Maslow (1/Abril/1908 – 8/Junho/1970) estivesse vivo colocaria o nosso lateral Maicon e o meio-campista Helano no topo de sua Pirâmide das Necessidades (ou Hierarquia das Necessidades): profissionais consagrados buscando a auto-realização que é vencer uma Copa do Mundo e se emocionando como se fossem o Ronaldo Fenômeno com apenas 18 anos de idade na Copa de 94. Ao ser substituído logo após seu gol, Helano balançava a cabeça numa tentativa de trazer seus neurônios à realidade do acabara de acontecer enquanto no gol anterior Maicon caiu de joelhos agradecido pela recompensa ao seu esforço contínuo em buscar a jogada pela linha de fundo.

Vencemos o primeiro desafio neste torneio ingrato que é a Copa do Mundo. Temos muito que aprimorar e acho até bom que Kaká, Luís Fabiano, Gilberto Silva e Lúcio não tenham se destacado nesta partida, pois assim tenho a certeza que dias melhores virão.

E você? Já foi colocado à prova durante a sua estréia? Como foi seu comportamento? Você apresentou os resultados que a sua torcida esperava? Alguém te criticou? Como foi a sua estréia? Pense nisso neste clima de euforia que é a Copa do Mundo e tire proveito dos ensinamentos que estas histórias podem te passar.

Até a próxima partida e espero escrever sobre as vitórias do Brasil do início ao fim desta Copa do Mundo 2010.

                                           Rumo ao Hexa!!!




Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Conveniência Total: Uma nova forma de atender seu cliente


Das grandes transformações pelas quais a humanidade já passou com certeza a sensação de escassez de tempo é a que mais tem afetado e causado alterações no nosso cotidiano. Se observarmos as invenções e descobertas que ocorreram na nossa história mais recente todas, invariavelmente, levaram pouco tempo desde a sua idéia inicial até a realização do sonho (criação do produto ou serviço) se comparadas com invenções ou criações que ocorreram no século passado e mesmo assim ainda hoje somos tomados de assalto pela falta de tempo. Sabedores desta situação, todos fornecedores que nos cercam buscam nos proporcionar a sensação de que estamos utilizando melhor este recurso tão valioso e tão igualitário que é o tempo. Os pesquisadores não poderiam deixar de observar este fato tão importante e estudar o comportamento da sociedade durante o ato de comprar, fazer negócio ou adquirir produtos/serviços. Todas as etapas, desde a propaganda até a aquisição propriamente dita, são estudadas com muito critério e análise de forma a transmitir ao cliente o verdadeiro conceito de uso que está agregado aquele produto/serviço de forma direta ou indireta. O cliente tem exigido das empresas toda forma de eliminar desperdícios e até mesmo a sensação de perda de tempo ou qualquer outro fator do ambiente externo que lhe cause stress ou desconforto.


As grandes redes, por perderem espaço para pequenos varejistas, têm se dedicado a encontrar formas de atrair, ou melhor, de ir até o cliente oferecendo serviços que não lhes causem interrupções ou grandes alterações às suas rotinas (dos clientes). Esta forma de customização que envolve grupos de indivíduos com características semelhantes, é também chamada de Conveniência ou Macro Customização.

Quatro fases bem distintas são determinantes na relação empresa-cliente:

a) Conveniência de Acesso: estudos comprovaram que o cliente se sente incomodado quando qualquer dificuldade é encontrada já nesta fase mais primária do processo de compra. Grandes redes de lojas instaladas em centros comerciais têm procurado outros pontos de venda de maior facilidade de acesso aos consumidores como lojas menores localizadas em bairros e pontos estratégicos. Elas têm atraído um grande número de consumidores que não suportam a dificuldade de ter que buscar vagas em estacionamentos lotados dos grandes centros comerciais ou pagar para estacionar. Acesso fácil garante a aproximação do cliente à sua loja. Às vezes observo algumas lojas com uma iluminação inadequada ou até com luzes apagadas na tentativa errônea de economizar energia. Este é o primeiro sinal para que o seu pretenso cliente sequer se aproxime da sua loja. É como dar um tiro no próprio pé!

As vendas por catálogo de papel ou pela internet têm sido alvo de muito estudo para o desenvolvimento deste tipo de serviço, pois nestes casos pelo fato do cliente não ter de ir às lojas, criam uma facilidade maior. O número de transações feitas sem sair de casa tem aumentado, mesmo com a aparente falta de segurança na transação por computador ou pela incerteza gerada pelo fato do produto ser visto através de uma foto ou vídeo, trazendo para o cliente final uma sensação de redução do stress sofrido pelo deslocamento para a compra: preparação antes de sair de casa, trânsito, acidentes, estacionamento e etc. Grandes sites têm trabalhado muito no desenvolvimento de telas de navegação “fáceis de usar” de modo a não criar qualquer dificuldade mesmo para os usuários que não têm tanta familiarização com o computador além de mecanismos de proteção à transação por via eletrônica seja através de seguros ou chaves de acesso com senha. Tudo isso tem aumentado gradativamente a confiança nas compras feitas pela internet competindo diretamente com as ofertas nas lojas.

b) Conveniência da Procura: Uma vez que o cliente decide ir ao local de compra, ele está sujeito a receber um bombardeio de informações dos produtos quer seja pela indicação dos vendedores, pelo layout da loja, suas propagandas em vitrines ou cartazes, pela experimentação dos produtos ou ainda por qualquer outra forma de divulgação disponível em mídia eletrônica ou impressa. Neste momento, a facilidade de encontrar aquilo que é de seu interesse é parte fundamental do processo decisório para concretizar a transação. O layout da cada loja, cada departamento, cada secção, até mesmo das gôndolas, deve transmitir ao cliente esta sensação de facilidade de acesso aos produtos, serviços e suporte pós-venda. Neste campo os supermercados são especialistas. Você certamente já notou que alguns produtos como pilhas, aparelhos de barbear, balas e doces, preservativos, etc ficam bem visíveis próximos ao caixa de registro das compras. Quantos de nós já esticamos o braço e colocamos uma barra de chocolate na nossa cesta de compras.

Produtos bem localizados, com informações suficientes que permitam ao cliente fazer uma boa escolha, atendentes treinados que conheçam os produtos e serviços oferecidos e que possam até sugerir outras opções complementares, com certeza vão criar um elo entre a macro customização inicial (customização em massa) e a escolha individualizada (customização real). Em muitos casos o cliente quer uma sugestão de combinação de roupas, perfume, corte de cabelo, etc. A capacidade de sugerir ou apresentar o produto ou serviço com rapidez e clareza é um fator de altíssima importância, e até mesmo determinante, para o negócio ou possível retorno do cliente à loja. Se certo grau de confiança for alcançado já neste primeiro contato, daí o sucesso pode estar garantido. Todos nós buscamos tratamento individualizado nas nossas operações, o caráter de exclusividade atrai muito fortemente os clientes.

Outro fator importante e muito usado é a criação de espaços com lojas de um mesmo segmento tal como as praças de alimentação, lojas de serviços diversos (limpeza e conserto de calçados, recarga de cartuchos, molduras para quadros, etc) que ficam todas muito próximas ou num mesmo corredor de um centro comercial.

c) Conveniência da Posse: é determinada fundamentalmente pela disponibilidade do produto ou facilidade de obtenção. É no ato da aquisição que o cliente tem concretizada a sua necessidade, é onde ele sente o prazer da realização do sonho seja ele pequeno ou grande. Tente lembrar-se da sua cara de felicidade quando comprou o primeiro carro zero quilômetro ou a primeira casa ou apartamento. Lembrou? Ficou com cara de bobo ou não? Pensando nisso algumas lojas que vendem produtos que o cliente não pode levar já no momento da compra, tem trabalhado fortemente no desenvolvimento de sua cadeia logística para que a entrega seja feita com a maior rapidez de modo a manter o cliente com a mesma satisfação do dia da compra ou então ele sai de lá com um brinde que, inconscientemente, representará o bem adquirido. Algumas redes de lojas trabalham com datas pré-estabelecidas em conformidade com a necessidade do cliente. Há grandes magazines que se comprometem a entregar móveis ou eletrodomésticos no mesmo dia da compra e para isto desenvolveram toda uma rede de depósitos ou armazéns estrategicamente localizados nas cidades de forma a atender estas solicitações e compromissos. O sentimento de aquisição ou compra verdadeiramente se dá quando o cliente tem o contato físico com a mercadoria ou a execução do serviço é completada. Estoques bem dimensionados são parte fundamental do processo para que esta operação tenha sucesso garantido. Todo cuidado deve ser redobrado nas vendas efetuadas pela internet, pois a demora no processo de entrega removeria os ganhos em tempo e facilidade de acesso que foram obtidos no processo inicial. Grandes redes têm se associado a várias lojas de outro ramo de negócio de forma que o cliente possa ter em um só local vários serviços ligados direta ou indiretamente ao seu: bancos 24hs, salão de beleza, restaurantes fast food ou self-service, lojas poupa tempo, locais de diversão para crianças, etc.

d) Conveniência da Transação: é a última etapa de todo o processo e está dividida em dois momentos distintos: o pagamento e a troca das mercadorias. Para a etapa do pagamento o cliente não espera encontrar filas muito longas ou qualquer outra ação que lhe roube mais tempo do que aquele que já foi gasto nas etapas anteriores. Filas muito grandes causam a impressão de falta de funcionários, falta de treinamento no atendimento e perda de tempo de uma forma geral retirando todo o sentimento de bom atendimento que foi estabelecido até aquele momento.

No processo de troca de produtos cria-se uma nova oportunidade de contato com o cliente e esta oportunidade deve ser explorada de forma inteligente. Se bem sucedido dá ao cliente a certeza de uma escolha (finalmente) correta através da concretização da troca. Várias lojas não permitem troca de mercadorias aos sábados por ser um dia de muito movimento, porém se esquecem que estão eliminando este novo contato com o cliente que certamente poderia se tornar uma nova oportunidade de venda complementar. Vale lembrar que o cliente que sai aos sábados para comprar ou trocar mercadorias, normalmente, tem mais tempo e disponibilidade que aquele que vai à loja num dia útil. Um bom atendimento nesta última fase, fecharia com “chave de ouro” o processo de compra.

Se você é proprietário, gerente ou supervisor, então olhe criticamente para o seu negócio e verifique se ele abrange todas estas quatro etapas de Conveniência enquanto você atende seu cliente. Se já atende, tente aprimorar os processos em qualquer uma destas fases ou até criar novos para o seu público. Se não atende, este é o momento de repensá-lo em detalhes para que, uma vez re-estruturado, possa atender às necessidades dos seus clientes.

Pense sempre na Conveniência da compra sob a ótica do seu cliente e faça de tudo para que cada etapa seja executada da melhor maneira possível. Todos nós buscamos ter a nossa vida facilitada de alguma forma e Conveniência pode significar muito para a nossa decisão nestas horas.

Boa sorte e seja conveniente sempre!

 
Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os Três Segredos (Pilares) da Liderança Feliz.


Recentemente fui chamado para fazer uma palestra para estudantes de 17 a 20 anos sobre a profissão do Técnico em Eletrônica. Aceitei e propus que o tema incluísse aspectos do mercado de trabalho. Ao longo da palestra inseri três palavras isoladas e que considero determinantes para o sucesso de qualquer pessoa seja no campo profissional ou não, em especial no caso desta geração, porque serão líderes nos seus setores num futuro que vai chegar muito rapidamente. As palavras são: AMOR, ÉTICA e FÉ.

AMOR: trabalhar com amor ou mais que isso, viver com amor é o primeiro degrau da escada da sua vida de líder. Somos todos sensíveis às alterações que o ambiente nos provoca e necessitamos compreender aquele que está ao nosso lado e aceitar as suas dificuldades. Tentar modificar o ambiente em que estamos inseridos, compreendendo e sendo compreendido de forma que o resultado do grupo seja alcançado. Lendo este texto pode até parecer simples ou fácil, mas não é. O bicho-homem tem suas mazelas e as coloca em jogo em momentos desnecessários adicionando um componente complicador que muitas vezes só está direcionado para si: seus objetivos acima dos demais. Pronto, foi criado um novo problema! Tratar as pessoas com amor não significa fazer o que elas querem, mas tratá-las com dignidade, com a intenção de desenvolvê-las rumo aos objetivos da empresa e aos seus (dela) também.

Ser persistente nesta tarefa é demonstrar AMOR pelo seu colega de trabalho. Ser sincero e dizer claramente o que está certo e o que está errado, ajudá-lo sempre que for possível e naquilo que for possível, também é uma demonstração de AMOR. Certamente não temos tempo a perder e as empresas nos cobram resultados para ontem nos levando, a cada dia, a esquecermos este fundamento básico e de sobrevivência, porém mesmo nos momentos mais difíceis devemos ter sempre em mente que aquele que está do outro lado merece ser tratado com AMOR. Na vida pessoal não é diferente, na realidade muitas das nossas desavenças no local de trabalho são derivadas dos nossos comportamentos no seio da sociedade que afloram com mais intensidade quando somos submetidos às cobranças que o dever nos coloca à frente. Os desafios nesta hora são meros amplificadores dos nossos sentimentos e vontades e chegam para apimentar o momento.

Outras palavras são parte integrante e indissolúvel da palavra AMOR: respeito, carinho, cordialidade, boa vontade, atenção... Juntas formam o primeiro segredo para a felicidade e para construção de um verdadeiro líder.

ÉTICA: deve fazer parte do manual de sobrevivência de qualquer profissional e principalmente de um líder. É como uma cartilha onde sabemos o que é certo e errado não com a nossa visão deturpada por tudo que vemos na TV ou lemos nos jornais, mas pelo que realmente é certo. É como se as nossas decisões fossem tomadas diante de um público ou audiência VIP – Very Important People onde os nossos pais, nossos filhos, os melhores amigos e um clone de nós mesmo estivessem sentados na arquibancada a nos assistir. Os exemplos da geração de outrora já não representam mais nada hoje em dia e o velho ditado de “fazer o trato no fio do bigode” já virou piada de salão. Na vida real somos todos imersos num oceano de falcatruas, descalabros e desvios de materiais, dinheiro e conduta onde pessoas que ontem confiávamos, hoje são expostas como “cabeças” destes maus exemplos. Trabalhar com ÉTICA é fazer o que é certo não sob o seu ponto de vista, mas sobre o que é correto sem se importar com o resultado final. Muito difícil ou quase impossível de acontecer nos dias de hoje. Porém não devemos deixar de seguir o caminho certo colaborando no nosso ambiente para que cada situação seja resolvida desta forma pois somente assim teremos uma sociedade mais justa e mais igualitária.

Supervisores, Gerente e Diretores são alvos fáceis de serem contatados para participar de falcatruas e desvios e devem manter-se longe deste ambiente. Certamente o caminho será mais difícil, porém será um caminho justo e a vitória terá sempre um sabor muito especial. Será uma vitória justa e gloriosa que poderá ser contada paras os filhos, sobrinhos e netos. Ainda bem que não faltam bons exemplos que, apesar de poucos, ainda sobrevivem às tentações que o vil metal (dinheiro) nos coloca a cada dia. Estas tentações, que chegam por todos os lados, são servidas como num banquete que, se nos deleitarmos, certamente venderemos a nossa tranqüilidade até o fim de nossas vidas. ÉTICA se inicia na formação dentro de casa onde os exemplos devem acontecer, mas é testada nas ruas, no convívio social da escola, do trabalho e do lazer. ÉTICA é o segundo segredo para a sua liderança.

FÉ: é acreditar em você, naquele que está ao seu lado, na sua escola, na sua empresa, na sua equipe e é acreditar também em algo superior, algo que te traga convicções e certezas que podemos ser melhores a cada dia, a cada ação, a cada atitude. A nossa FÉ deve ser inabalada, incondicional e eterna. Dedique-se à você mesmo, tenha um tempo para si e busque acreditar nas suas possíveis realizações, naquilo que você tem a oferecer aquele que está ao seu lado. Faça planos e coloque-os em prática. Você deve buscar a FÉ até que ela aconteça para você, inicie passando confiança, sinceridade, despertando a verdade como sentimento de relacionamento e não de troca. Busque passar a certeza de que, acreditando em você, você acredita no outro também.

No trabalho somos inspecionados a cada etapa por contingência da nossa execução fiel às regras estabelecidas, mas isso não quer dizer que não acreditam em nós e nós líderes devemos ficar muito atentos às necessidades de atender ao que a empresa solicita e aquilo que é a vontade ou necessidade dos nossos colaboradores. Ter FÉ é um ato de coragem e retidão, é saber que seus princípios têm fundamento. Demonstrar é passar ao outro a vontade de acreditar que tudo é possível, que devemos buscar motivações dentro e fora do nosso ambiente de trabalho para alavancar a nossa força motriz. Ter FÉ é ter a vontade de vencer cada barreira que surgir e tenha certeza que muitas surgirão no seu caminho, mas também é celebrar cada barreira vencida enquanto caminhamos rumo à linha de chegada. É acreditar na sua equipe e saber que ela é o motor do desenvolvimento e criação de soluções que a sua empresa necessita. FÉ, aí está o terceiro segredo para o seu sucesso na liderança.

Tudo mais que aconteça na sua vida ou na sua liderança deverá ser erguido sobre estes pilares e pode ter certeza que esta construção vai durar por muitos e muitos anos. Treinamento, networking, marketing viral, empreendedorismo, diversidade, equilíbrio emocional, crescimento profissional, comprometimento, motivação, teamwork, ... serão como novos pisos da construção da sua liderança forte e duradoura.



Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

domingo, 25 de abril de 2010

Economize seu tempo e seja feliz!



Tempo é o que não falta pra ninguém, o que falta é um pouco de organização em todos nós. São 24 horas divididas em minutos e segundos para que ninguém diga que não sabe o quanto já perdeu ou deixou para trás, porém ele é implacável, impagável, intransferível e invendível (como diria um ex-Ministro de um ex-Presidente que soltava suas “pérolas” durante as entrevistas).

Quer fazer uma experiência simples e bem interessante? Quando você acionar o seu microondas para aquecer a água para um chá ou para estourar pipocas execute algumas pequenas tarefas enquanto ele trabalha sozinho. Viu! Você verá que dá para fazer algumas delas tranquilamente e ele vai te avisar, com aquele apito chato, quando tiver completado a parte dele. Eu coloco 1 minuto para aquecer a água para um chá e subo as escadas para acordar a criançada para a escola (pela terceira vez, é claro!). Então vamos lá:

Implacável porque não te dá uma nova chance de conquistá-lo ou reavê-lo e caso você consiga de alguma forma recuperar um pouco do tempo perdido, pode ter certeza que vai te exigir algum gasto em dinheiro. Se a sua produção está atrasada e você precisa acelerá-la vai pagar horas extras, vai comprar uma máquina mais rápida ou vai pagar para outra empresa fazer em seu lugar de forma a cumprir o cronograma acertado. Tudo isso é custo ou não é?

Impagável no sentido que não está disponível diretamente para ser negociado. Não me recordo de ter visto um anúncio sequer parecido com:

Vendo 2 horas do meu dia.
Tel.: 1234-5678.
Falar com Fulano de Tal.

Confesso que seria uma grande jogada de Propaganda para conseguir emprego ou chamar a atenção.

Intransferível pois não há como fazer com que o tempo quer sobra para uma pessoa passe para outra, ou seja, um cidadão ficar com 26 horas e outro com apenas 22. Isso não dá para fazer mesmo!

 
"Invendível" também porque quando negociamos o uso de outra mão de obra, na realidade não estamos comprando tempo mas serviço. O método pode até ser baseado em horas porém estamos comprando a execução de uma tarefa por um determinado período e esta tarefa pode ou não ser completada neste tempo.

Um bom referencial sobre este tema é o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” de Stephen Covey onde no seu capítulo 3 apresenta a Matriz de Gerenciamento do Tempo com seus quatro quadrantes e todo o seu desenvolvimento e aplicação. Um livro muito importante para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.



UI – Urgente e Importante: São as necessidades da crise, regidas pela pressão. É o quadrante do Inevitável. Os resultados de trabalhos neste quadrante são estresse, esgotamento e sensação de apagar incêndios.

NUI – Não Urgente e Importante: É o quadrante da Qualidade, ligado ao planejamento, desenvolvimento e identificação de oportunidades. Tem como resultados o equilíbrio, visão e perspectiva.

UNI – Urgente e Não Importante: Composto por interrupções, telefonemas, correspondências e demais atividades triviais. Resulta em foco no curto prazo e é conhecido como quadrante da Decepção.

NUNI – Não Urgente e Não Importante: Geralmente são tarefas agradáveis, mas que não trazem benefícios verdadeiros, como navegar pela internet, fofoca e alguns emails. Costuma demonstrar irresponsabilidade e resultar em baixo rendimento e até demissões. Chamado de quadrante do Desperdício.

O tempo é democrático e igualitário, sendo sempre a mesma quantidade para todos os seres vivos. Nem um segundo sequer a mais ou a menos para um indiano ou australiano. Para aprendermos a economizar esta jóia tão preciosa que temos existem algumas dicas bem simples e fáceis de aplicar:

Agenda de tarefas e calendário: todos os dispositivos eletrônicos carregam algumas ferramentas disponíveis em seus serviços já embutidos e uma delas é a agenda de tarefas e o calendário. Até mesmo o mais simples celular possui o que não te dá chance para desculpas. Apreenda a colocar neles os seus compromissos da semana, do mês e futuros. Esta atitude vai gerar em você um senso de organização muito interessante que vai te levar, em alguns casos, a declinar de um compromisso devido a outro já marcado. Esse fato não ocorreria caso você não tivesse consultado sua agenda, certo? E aí, neste caso, você teria que espremer o seu dia caso quisesse atender aos dois compromissos. Atualmente existem milhares de programas de transferência e sincronização de agendas e calendários para que você mantenha os mesmos dados em casa, na rua e no trabalho. Alem de servirem de back up quando você perde ou troca de dispositivo. Ah... incluo nesta parte os alarmes que estes dispositivos possuem. São tão úteis quanto à agenda de tarefas e o calendário.

Trabalho em excesso: às vezes é necessário que se trabalhe um pouco além do horário normal, o que não está errado, porém mesmo em situações como estas, se permita sair no horário normal mesmo no meio da crise para que o seu cérebro entenda e re-aprenda que este é o seu horário habitual. É muito comum ver executivos caírem na rotina de ficar no escritório seguidamente devido ao fato de uma necessidade passageira se tornar um hábito, neste caso, muito ruim. Caso a necessidade seja um pouco prolongada, tente chegar mais cedo e sair no horário normal. Faça uma ginástica neste dia para que o cansaço te permita uma noite de sono e não leve tarefa para casa. Divirta-se mesmo que em um dia que não é seja muito comum. Faça algo fora da rotina!

Aprenda a delegar e a dizer NÃO: duas tarefas muito difíceis para os exigentes e perfeccionistas mas... aprenda a não cair na tentação. Libere as tarefas gradativamente para aqueles que podem te ajudar a completá-las. Não tenha medo caso contrário você vai ficar cada vez mais no fundo do poço e lembre-se que ninguém executa uma tarefa da mesma forma que outra pessoa. Esta regra é bilateral, ou seja, você também não executará uma tarefa igual ao seu solicitante, é claro que quanto maior a similaridade é muito melhor. Já dizer NÃO pode ser muito fácil para aqueles que não carregam o espírito de colaborador em si, porém é uma tarefa dificílima para aqueles que normalmente são voluntários ou buscam colaborar com os outros. Se você quiser ter o SEU tempo melhor aproveitado então aprenda a dizer NÃO para aquelas pessoas ou tarefas que não caibam no seu “prato”, caso contrário você é que ficará sobrecarregado. Seja sincero e educado não hora de dizer NÃO mas diga se achar necessário.

E-mails: Hoje vivemos e sobrevivemos à base da comunicação e, se por um lado nos ajuda, por outro devemos nos policiar para que estas ações não ocupem todo o nosso tempo. Responder às mensagens eletrônicas é uma destas tarefas. Se optar por acessar a sua caixa de mensagens então responda de imediato sempre que souber a resposta, não deixe que o prazo estipulado pelo solicitante seja o seu limitador. Responda logo! Elimine aquelas mensagens que não têm utilidade, apague-as de uma vez caso contrário você se sentirá na obrigação de lê-las. Nesta área eu destaco: convites para feiras e cursos em locais muito distantes, prazos expirados, assuntos que não têm a ver com o seu interesse e as correntes de mensagens. Na hora de responder veja se é realmente necessário copiar toda a lista, é muito comum essa prática e só leva a encher a caixa postal dos outros (ou a sua quando você é o recebedor). Passe esta orientação aos seus colaboradores, ela vai te aliviar bastante e fazer com que seu tempo de leitura de mensagens seja reduzido. É muito comum fornecedores e clientes solicitarem dados para toda a lista de emails da sua empresa, neste caso, retorne

Telefone: faça um bom trabalho na sua empresa para que saibam filtrar as ligações telefônicas e passá-las para a pessoa adequada. Tal e qual os emails, atualmente é fácil conseguir o número de telefone de quase todo mundo e por esta razão cairá no seu ramal várias ligações de todo tipo de propaganda, oferta de serviços, busca por informações e outras mais. Seja objetivo e quando a ligação não for para você, informe ao interlocutor, com clareza, o ramal da pessoa com a qual ele queria falar para que numa próxima oportunidade ele não ligue novamente no seu ramal. Isso certamente já aconteceu com você, ou não?

Interrupções e imprevistos: as interrupções devem ser evitadas e analisadas quando acontecerem. Lembre-se que alguns minutos de orientação hoje podem te poupar muito tempo amanhã. Muitas interrupções acontecem simplesmente porque o interlocutor não quer fazer uma busca mais detalhada ou tem preguiça mental evitando o esforço da busca e transfere a responsabilidade para você sempre. Uma vez ou outra tudo bem mas SEMPRE é que causa problema. Importante: nem de longe estou falando sobre não colaborar ou trabalhar em equipe, estou aqui citando aquelas situações que muitos de nós já passamos de recebermos toda a carga de responsabilidade “informal” de responder ou saber de tudo o que ocorre no departamento do lado.

Imprevistos, da mesma forma, devem ser analisados de forma objetiva e preventiva, pois eles certamente ocorrerão sempre. Um tempo livre é importante nestas situações, portanto se você vai estabelecer um tempo para uma reunião ou para atender um fornecedor lembre-se que computadores param de funcionar sem aviso prévio, carros furam pneus, trânsito é sinônimo de engarrafamento e assim por diante.

Bom... não dá para ser perfeito e nem ser um relógio suíço mas com certeza conseguimos aliviar um pouco da pressão das tarefas se acumulando se usarmos estas dicas acima. Evite PROCRASTINAR (adiar, ”empurrar com a barriga”) as tarefas que devem ser cumpridas, pois a sensação psicológica é muito ruim e permanece na sua memória tornando-o uma pessoa que sempre atrasa as suas entregas.


Não deixe para depois, comece já o seu projeto de não perder tempo.

Carpe Diem!




Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Criatividade e Inovação ao alcance de todos.


Como criar ou inovar em um mundo tão competitivo e desafiador? Por que temos que ser criativos? Por que devemos repensar os nossos produtos ou serviços? Para fazermos esta análise basta mudarmos de posição e passarmos a olhar estes mecanismos sob a ótica do cliente. Com certeza as nossas observações ficarão muito mais claras e sensatas. O texto a segui foi escrito de forma bem simples para desmistificar o processo de criação e levá-lo à pequenas empresas ou até à você que é um profissional liberal.

Como clientes, apreciamos um serviço completo, por um preço justo ou pelo menos justificável e pronto! Sem mais nem menos ou talvez com algo a mais, certo? Então nas nossas empresas devemos agir da mesma forma pois somos nós que fazemos parte da mesma cadeia evolutiva quando vestimos a pele de CLIENTE. Quando estamos do lado de cá devemos manter este mesmo sentimento de exigência para que os nossos clientes sejam atendidos de uma maneira mais completa com preços adequados e que valham pelo valor pago por eles. Isso nos dará, com o passar do tempo, uma fatia maior do mercado em que estamos competindo. Estas oportunidades de observar os nossos serviços ou produtos de forma diferente podem surgir através de situações desencadeadas pelo grupo de liderança da empresa através da participação voluntária de seus colaboradores em campanhas de sugestões que ajudem criar novos produtos ou serviços ou ainda “simplesmente” aprimorar os já existentes. As grandes corporações fazem uso destes mecanismos o que não quer dizer que as menores não possam fazê-lo. Devem fazê-lo sim! O fato de serem menores lhes dá até algumas vantagens competitivas se comparadas a corporações maiores que carregam, sobremaneira, um peso de possuir departamentos maiores e com custos relativamente maiores. Certamente na sua empresa alguns líderes possuem características que facilitam a disseminação natural desta cultura de sugestões criativas e inovadoras e que ajudam a acelerar este processo mas lembre-se que ele deve ter sempre o respaldo da alta gerência para que o processo como um todo funcione.


Então fica a pergunta: como acontece o processo criativo em pequenas empresas? Precisamos ser pesquisadores para criarmos um novo serviço? Não, porém no processo de criação devemos levar em consideração algumas etapas muito importantes:

1- Preparação: alguns de nós conseguimos gerar idéias em situações das mais diversas possíveis: correndo, durante o banho, falando sem parar, observando outras pessoas e assim por diante. De qualquer forma se quisermos acelerar o processo criativo devemos ter uma preparação mínima para que os participantes aprendam a colocar para fora as suas sugestões e alguém seja responsável pela captura de tudo o que está sendo apresentado. Um ambiente adequado é fundamental para que isto ocorra. Por ambiente adequado devemos entender que é aquele em que os participantes assim o entendam e que muitas vezes esteja ligado ao objeto ou propósito da criação. Um grupo de humoristas, por exemplo, pode ter como ambiente adequado uma sala com redes, muitas revistas, imagens de outros programas já exibidos e assim por diante.  Nesta fase deve-se então:
         
          a. Ler muito e sobre áreas diferentes da sua
          b. Ouvir (muito) o que os outros têm para dizer
          c. Observar os detalhes importantes – idéia gera idéia
          d. Questionar positivamente
          e. Acreditar nas sugestões dos outros como se fossem as suas

2- Germinação ou maturação: nesta fase devemos, uma vez aceita a idéia inicial, elaborar de forma um pouco mais consistente aquilo que será o objeto de criação. É onde a semente começa a brotar e tomar forma daquilo que será a árvore da criação. Inicia-se um processo de crítica não-positiva de forma a validar a continuidade do processo criativo. É nesta fase também que muitos processos criativos podem ser deixados de lado devido à baixa possibilidade de serem desenvolvidos. Sugere-se então que sejam armazenadas as suas idéias para que num futuro próximo sejam revistas e até, quem sabe, colocadas em prática.

3- Produção: esta é a fase onde se agregam o maior número de contribuições ao processo de criação pois é considerada a base da criação. Os participantes devem agora ser estimulados a contribuir de forma conjunta para a conclusão de todas as necessidades do produto ou serviço em desenvolvimento. É a fase dos detalhes onde todas as possibilidades devem ser exploradas com bastante profundidade. Se for um produto, todas as suas especificações e desempenho devem ser testados; se for um serviço deve ser verificada a sua aderência ao seu objetivo final ou proposta.

4- Fase Expressiva: fase determinante para a explanação, entendimento e implementação do produto ou serviço. Deve ser rica em detalhes e alcançar todo o grupo para o seu melhor aproveitamento. É muito importante que pessoas de fora do grupo de desenvolvimento possam contribuir com as suas observações.

Divergências certamente ocorrerão em todas as etapas do processo e algumas técnicas de resolução de conflito devem ser adotadas pelo facilitador do grupo de forma a manter o bom andamento dos trabalhos e a alcançar os objetivos. Algumas dicas são importantes nesta hora:


• Pontos Positivos – Mantenha o foco nos pontos positivos das sugestões dos outros colaboradores mesmo quando tratando de idéias negativas ou contrárias às suas e a de outros participantes.








• Potencial - Pense nas coisas boas que podem decorrer daquela sugestão se ela for implementada. Pense nela como se fosse sua! Defenda-a até que se prove que não é uma sugestão válida ou aplicável naquele momemnto.




• Preocupações – Pergunte-se sempre sobre quais preocupações são inerentes a esta sugestão. Um bom exemplo são as leis ou regulamentos que estão diretamente relacionados com esta idéia. Que regras ou alterações futuras podem gerar algum atraso no cronograma de implementação? O que fazer para atender todos os requisitos?





• Sobrepujar as Preocupações – Que idéias ou sugestões posso dar para ajudar a resolver estas preocupações? Como posso ajudar de forma geral? Quais as minhas contribuições para o sucesso deste processo? Todas estas perguntas merecem uma resposta que indique a real vontade de fazer com que a sugestão seja validada.






Importante: para um melhor aproveitamento comece sempre ressaltando os Pontos Positivos.

As pessoas criativas têm algumas características que costumam ser mais evidenciadas em seus comportamentos que outras pessoas e é responsabilidade dos líderes identificá-las para que os melhores resultados sejam obtidos através da sua participação. Algumas destas características são:

• Fluência verbal ou comunicação lógica
• Flexibilidade de trabalho
• Originalidade
• Preparação ou Elaboração métodos
• Sensibilidade aguçada
• Liberdade de expressão
• Aceitar o diferente
• Pegar carona em outras idéias
• Não fazer julgamentos antecipados

Imagine-se participando de uma composição musical de um grupo sem que você entenda ou saiba algo sobre teoria musical. A sua participação não fica menor pelo fato de você não conhecer música, lembre-se que você pode manter o seu foco no gosto musical, na melodia, na letra e passar para o grupo as suas sensações ao ouvir aquela composição. Um participante fará sugestões sobre o arranjo, que instrumentos farão parte durante a execução, outro poderá ter o foco em escolher os instrumentistas e assim seguem as contribuições.

A competição está cada vez mais acirrada e para nos mantermos nela devemos usar de todas as ferramentas disponíveis para alcançar os nossos objetivos. Grandes corporações do passado já não existem mais e pequenos negócios se tornaram vitoriosos por sua leveza e rapidez. Não perca tempo, conquiste seu espaço colocando novas idéias no mercado.

Outro texto do autor: http://ngfconsultoria.blogspot.com/2009/05/criatividade-e-inovacao.html


Boa Sorte !


Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica. Mais sobre o autor...


terça-feira, 6 de abril de 2010

Dilema do Prisioneiro - o Jogo do Ganha-Ganha

Vamos entender porque devemos sempre jogar o Ganha-Ganha na vida e na empresa. Através de uma simulação vamos entender a importância de trabalharmos em equipe seja ela composta até mesmo por apenas duas pessoas. O dilema do prisioneiro é a situação em que dois comparsas, A e B, são pegos cometendo um crime. Levados à delegacia e colocados em celas separadas, o promotor lhes diz que a polícia possui evidência suficiente para mantê-los presos por um ano, mas não o bastante para uma condenação mais pesada. Porém, se um confessar e concordar em depor contra seu cúmplice, ficará livre por ter colaborado, e o outro irá para a cadeia por 3 anos. Já se ambos confessarem o crime, cada um sofrerá uma pena de dois anos.

As decisões são simultâneas e um não sabe nada sobre a decisão do outro. O dilema do prisioneiro mostra que, em cada decisão, o prisioneiro pode satisfazer o seu próprio interesse (trair) ou atender ao interesse do grupo (cooperar). Aqui estão as possibilidades organizadas em ordem:


Para qualquer um dos prisioneiros, o melhor resultado possível é trair e seu parceiro ficar calado. E até mesmo se seu parceiro trair, o prisioneiro ainda lucra por não cooperar também, já que ficando em silêncio pegará três anos de cadeia, enquanto que, confessando, só pegará dois. Em outras palavras, seja qual for a opção do parceiro, o prisioneiro se sai melhor traindo.

O único problema é que ambos chegarão a essa conclusão: a escolha racional é trair. Essa lógica vai, desta forma, proporcionar a ambos dois anos de cadeia. Se os dois cooperassem, haveria um ganho maior para todos, mas a otimização dos resultados não é o que acontece.

O entendimento e aplicação destes conceitos no dia-a-dia nos levam a buscar a solução ótima e não a conveniente se levarmos em conta o resultado para o grupo e não apenas o resultado individual.

Você, no seu cotidiano, joga para a sua equipe ou apenas para você?





Natanael G. FilhoGraduado em Proc. de Dados pelo Mackenzie/SP, Pós em Administração Industrial e MBA pelo INPG. Aluno de Mestrado em Produção do ITA. Gerente de empresa multinacional com vários cursos e seminários no Brasil e Exterior. Palestrante e Diretor do Palestra Cênica.


sábado, 3 de abril de 2010

Equilíbrio Distante: A família, o lado pessoal e o trabalho.

Equilíbrio Distante foi o nome dado ao álbum de Renato Russo lançado em 1995 pela gravadora EMI e que continha músicas em italiano. Dele, além de já ter ouvido suas músicas por diversas vezes, somente vou aproveitar o título para escrever sobre o trinômio: vida pessoal, família e trabalho. Nada, absolutamente nada contra o disco ou o cometa Renato Russo que passou, deixou um rastro belíssimo de poesia, e nos deixou órfãos de canções com um significado ou uma leitura especial.


Imaginem a seguinte situação em que haja o desequilíbrio entre as três situações citadas e que a mesma pessoa passe por elas. É sobre este prisma que vamos iniciar a nossa viagem.

João, um homem de família muito simples e já quase sem posses devido ao seu desemprego, buscava sua recolocação no mercado de trabalho do qual ficara afastado por muitos e muitos anos mesmo sendo um profissional de capacidades médias e alguns cursos em seu currículo. Várias tentativas sem sucesso o deixavam com tempo demais para a sua família que vivia da ajuda de alguns amigos e parentes, de umas faxinas que a mulher fazia e alguns “bicos” que surgiam para o João. As crianças estavam crescendo ao redor do pai que tinha muitas horas a seu dispor para conversar, brincar, ajudá-las nos estudos mas o seu lado pessoal cobrava dele uma satisfação maior que aquela preenchida ao lado da família. Havia o seu desejo maior de retornar ao trabalho para desempenhar as funções para as quais ele se preparou desde a sua adolescência. A cada noite ao se deitar João sentia-se amplamente feliz com a sua participação na vida dos filhos, pela sua opção de não criar qualquer vício e ter o pensamento firme num retorno. Era feliz mas não completamente feliz e precisava mudar. A cada novo dia ele sentia na pele a dor de não poder proporcionar à mulher e filhos o que qualquer chefe de família costumava fazer: uma vida confortável mesmo que sem luxos ou extravagâncias. Momentos de diversão, um passeio, roupas, material escolar e tempo para conviver. Ele só tinha o tempo para oferecer para aquela família que o amava tanto. A sua mulher, que tanto o apoiava, já começava a cobrar uma nova vida para eles pois aquela situação já era vivida por muitos anos.


Num dia de Outono um amigo o encontra e lhe oferece uma oportunidade de retornar ao mercado de trabalho. Confiante João se pôs em passos largos na direção apontada. Arrumou-se, preparou-se para a entrevista e foi até lá. Bingo! Era o seu retorno mesmo que ainda fosse coberto pela nuvem da insegurança de estar tanto tempo afastado da labuta. O seu amigo de outrora sabia de sua capacidade e competência e dispunha de algum tempo até que João estivesse novamente apto a exercer as suas atividades tal e qual no passado. João crescia em vontade de vencer e buscava o seu aprimoramento muito rapidamente, em pouco tempo ele já estava quase no ponto e a alegria pelo trabalho voltava a ser estampada em seu rosto. A família o recebia ainda mais feliz e a cada dia celebravam as suas conquistas. No trabalho era visível seu crescimento e a sua dedicação naqueles primeiros anos de empresa: colaborador, atencioso, voluntário para tudo e até para as horas-extras. Participante ativo das reuniões com um grande número de idéias para cada um dos problemas que surgiam. O tempo foi passando e, como em toda empresa, o clico econômico sofre oscilações e a pressão por enxugar custos vira a conversa do dia-a-dia. A rádio-peão fica 24 horas no ar espalhando notícias nos corredores da empresa. Surgem pequenas oportunidades e de crescimento e a empresa necessita de trabalhos extraordinários. Muito serviço se acumulando devido às vendas conquistada a muito custo com prazos de entrega absurdamente exíguos. Muitas horas-extras surgiram e tiraram João daquele seu ritmo de saída às 6 da tarde, pegar as crianças na escola e ir para casa. Sua vida tinha ficado mais agitada: alguns dias as crianças ficavam esperando na escola, em outros a mulher tinha que buscar de ônibus e assim a vida começava a mudar. Agora o trabalho tomava conta do seu dia e ele já não estava gostando de viver aquela situação e João dá um passo atrás e deixa de lado aquele seu ímpeto inicial de participar. Já não é a mesma pessoa que estava ali.

João era agora um homem realizado: tinha uma bela família, emprego e sabia cuidar de seu lado pessoal. Estudava para aprimorar os conhecimentos, fazia seus cursos de línguas e tinha como lazer andar de bicicleta com um grupo de amigos nos fins-de-semana. Faziam passeios fantásticos que João tinha o imenso prazer de mostrar as fotos para a sua família e amigos. João tinha uma belíssima bicicleta e todos os equipamentos exigidos para a prática do esporte. Agora o seu trabalho passava a competir com a sua família e o seu lado pessoal. O que fazer? De qual deles deveria abdicar? Qual deveria priorizar? Como conseguir o equilíbrio?

Muitos de nós já vivemos ou ainda está vivendo uma história semelhante à de João que busca uma resposta a cada uma das perguntas que surgem em sua mente e tenta partilhar seu tempo entre as partes que mais diretamente afetem a sua sobrevivência, o seu orgulho e as suas vontades. A escolha não é fácil, da mesma forma a resposta.

O trabalho é importante sim mas não deve ser a sua única forma de se ver a vida. A família é importante (a mais importante) mas também tem as suas necessidades que devem ser supridas e não vamos ser tolos em afirmar que tudo fica muito bem quando as condições mínimas não são alcançadas. O lado pessoal é por demais importante e deve ser sempre levado em consideração pois representa a busca natural do homem pela sua evolução junto ao meio em que vive.

Em todas estas situações João deverá fazer opção e abdicar das demais? Talvez não! A busca pelo equilíbrio (mesmo que distante) deve levar em consideração o tempo em que viveremos aquela nova experiência que nos tirou de nossa rotina. Esse não é um jogo de certo ou errado, é um jogo de equilíbrio onde seus malabares têm seu peso que variam conforme cada João. É como se todas as bolas fossem de vidro (em alguns textos já li que a bola do trabalho é de borracha e quando cai ela bate e volta...). Fazer o que gostamos em tempos adequados, de forma bem estruturada, em parceria com a nossa empresa e com os colegas de trabalho vai nos proporcionar um convívio também adequado no seio de nossa família e amigos e certamente conseguiremos atingir as nossas metas pessoais. Certamente não é tão simples como as palavras mas somente VOCÊ poderá atribuir o peso que cada uma destas bolas de vidro têm para a sua vida. Esta é uma decisão pessoal e intransferível pois a vida é SUA.

Apenas uma sugestão: converse com qualquer um dos lados afetados já no início da mudança. Não fique guardando somente para você as suas inquietudes e questionamentos. No trabalho converse com seu líder; em casa, reúna a sua família e coloque um prazo para aquela situação; e com você, saia para uma caminhada sozinho e passe o filme da sua vida, nele você encontrará a resposta aos seus questionamentos. A conversa interior é a que é mais facilmente ouvida por você.

Pense nisso e busque este equilíbrio por mais distante que ele possa estar de você.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Geração Ctrl C / Ctrl V: O Certo e o Errado na hora de escrever textos.

Hoje em dia navegamos na Era da Comunicação Eletrônica e da nossa consolidada capacidade de acesso às mais diversas formas de expressão de idéias: blogs, fotoblogs, formsprings, twitters, sites de relacionamento, sites privados e tudo o mais que existe e ainda vai existir em termos de comunicação na grande rede mundial de computadores porém devemos ter um certo cuidado ao colhermos uma determinada informação e discernirmos se é uma constatação científica, uma reprodução da expressão de um autor reconhecido ou se é apenas uma opinião pessoal sobre um determinado assunto. O que tudo isso tem a ver? Para todos estes casos devemos observar claramente a fonte da informação para então optarmos pela sua adesão quando se trata de um trabalho escolar. Em termos de diversão tudo é válido e prazeroso mas quando se trata de um trabalho de classe desde o ensino fundamental ou médio, passando por um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, uma Dissertação ou uma Tese, devemos ter certas precauções. O fato de estar escrito em algum lugar não significa ser verdadeiro ou ter suporte acadêmico-científico, é necessário que seja de uma fonte confiável, respeitada e reconhecida pela comunidade científica e acadêmica. Hoje em dia, em qualquer roda de conversa, encontramos muitos “doutores” do saber que estruturam suas idéias baseando-se em assuntos coletados em sites da internet sem sequer averiguar as fontes. São os “Nobody Doctors” como dizia um grande amigo meu mesmo antes de existir a internet. Pessoas que falam com uma convicção tão grande que impressionam tremendamente os ouvintes fazendo-os crer que 100% do que foi dito era a mais pura verdade quando na realidade as suas premissas foram baseadas numa fonte inconfiável.




DESAFIO: escolha um assunto do dia como, por exemplo, o índice de chuva numa capital, o tamanho do engarrafamento em São Paulo por conta do feriado ou o valor em Reais de uma obra recém inaugurada. Faça uma varredura em três ou quatro dos sites mais comuns buscando a resposta a estas perguntas e observe os números. Há casos que não ocorre nenhuma coincidência!


“Quem conta um conto, aumenta um ponto”.

 
Em muitos destes trabalhos ou textos, utiliza-se uma técnica conhecida que é o COPIAR e COLAR ou Ctrl C & Ctrl V porém não se pode deixar de lado o tarefa de fazer uma leitura daquilo que está sendo copiado e colado. Você certamente já ouviu falar de máquina de escrever, ou não? Já usou uma? Já viu? Provavelmente não caso você tenha 25 anos ou menos. Há muitos anos estes mesmos trabalhos eram datilografados o que consumia muito tempo. Tudo o que fora anteriormente pesquisado nos livros e enciclopédias era transcrito manualmente para uma folha de papel e somente então se partia para a escrita final que era a datilografia de todo o trabalho. Atualmente muito do que precisamos já está disponível no formato texto em algum lugar esta rede de computadores e adiciona-se a isso a facilidade trazida pelo uso dos editores de texto; era de se achar que os alunos ou escritores tivessem mais tempo para a leitura e entendimento do seu próprio trabalho uma vez que todas estas etapas anteriores ficariam restritas apenas á seleção de uma fonte confiável de informação. Já vi em alguns trabalhos escolares, citações à fontes inconfiáveis que são apresentados à banca examinadora como se fossem extraídas de um grande autor ou de uma comunidade científica renomada.


Abro aqui um parêntesis para falar especificamente dos blogs (e certamente me incluo): estes foram criados como uma forma de expressão de fatos do cotidiano onde seus autores apresentavam aos seus leitores apenas comentários pessoais, passagens de suas vidas tal qual o formato de um diário. Através de suas postagens, os autores descreviam seus passeios, suas histórias, seus “causos” mas como tudo na vida sofre aprimoramento, neste caso a palavra sofrer tem duplo sentido e é a expressão mais adequada pois o nosso crescimento ou evolução é quase que sempre através do sofrimento, os blogs passaram a ser um mecanismo onde as pessoas colocam suas postagens (textos) em um formato mais agradável para a leitura e mais acessível para o público em geral. Este fato não torna os blogs, sob qualquer hipótese, uma fonte de informação inconfiável e também, por outro lado, estas postagens não podem ser consideradas válidas para um trabalho de graduação, Mestrado ou Doutorado pela maioria das instituições de ensino.

Outro aspecto muito importante é a identificação do(s) autor(es) nos textos expostos aos leitores. Neste meu blog você encontra, em sua maioria, textos escritos por mim que são baseados em experiências vividas, em observações do meu cotidiano ou resumo de várias leituras de livros ou publicações. Para os textos que decidi reproduzir fielmente a idéia do autor faz-se necessário que este (o autor) seja apresentado claramente aos leitores como uma forma de direito, reconhecimento e valorização de sua obra. Tudo isso é necessário para que a idéia original seja mantida exatamente como foi gerada e as divergências, caso ocorram, sejam expressas claramente e em separado do texto original. Não estou aqui condenando o uso do Ctrl C & Ctrl V, apenas gostaria de alertar e ressaltar que o tempo de leitura e interpretação dos textos é fundamental para que a sua apresentação seja bem feita e através dela você demonstre claramente à sua audiência o quanto se interessou pelo assunto que VOCÊ escolheu para escrever. No meu Twitter coloquei uma vez uma frase assim: Coloque o número do seu celular no meio da sua Tese com a frase: Professor, se você leu esta msg ligue para mim agora. Bons sonhos! É certo que foi uma brincadeira com os professores e alunos mas esta brincadeira busca ressaltar também que nós, alunos, estamos cobrando dos professores aquilo que devíamos por obrigação fazer: a leitura do nosso trabalho palavra por palavra, linha por linha, capítulo por capítulo.

Pessoal, um errinho aqui outro ali é natural e aceitável mas vamos lá, tem gente que está escrevendo seus textos como se estivesse em uma sala de bate-papo ou escrevendo e-mail para um colega. Isso não é aceitável é demonstra claramente o seu desinteresse pelo seu próprio trabalho. A linguagem escrita tem regras claras e, sobretudo, deve ser como um convite a um passeio pelos nossos textos: não deve ferir os olhos daquele que vai ler ou nos avaliar. É o fechamento de tudo o que foi garimpado, organizado, preparado para ser exposto ao nosso público. Existe uma ferramenta nos editores de texto que deve ser usada para limpar um pouco as nossas derrapadas na língua-mãe, o famoso Corretor Ortográfico. Vamos usá-lo! Ele vai nos mostrar boa parte dos nossos erros que são, muitas vezes, de digitação apenas. Não existem mais as escolas de datilografia e nos tornamos, na maioria dos casos ágeis “catadores de milho” e nessa hora um dedo bate na tecla errada e pronto! O nosso linguajar deve estar adequado ao ambiente exceto quando se trata de um trabalho formal onde todas as regras devem ser seguidas fielmente.

Seu tempo é precioso e muito importante, faça o melhor uso dele quando estiver escrevendo no seu blog, um email, numa sala de bate-papo ou no seu trabalho de graduação e lembre-se que, apesar de ser considerado “out” pela comunidade “internautica”, escrever corretamente é o melhor caminho.

Tudo bem que um VC no lugar de você, de vez em quando, não faz mal a ninguém mas em um trabalho acadêmico ou num texto bem estruturado, nem pensar!